sábado, 1 de setembro de 2007

foto: eliz pessoa

A folha de jornal veio voando, voado, fazendo malabarismo no ar rarefeito da cidade.
E não havia sequer expectativa de vento.
Tudo ali, mágico como o sol dos últimos dias.

Sem labirintos de palavras o calor invadia a superfície da pele seca, enquanto algumas nuvens davam ares de graça ao céu azul daquele dia.

Algumas braçadas alongavam ombros de atletas e a água gelada brigava com as moléculas aquecidas dos homens.

Palma da mão, abismo do queixo e joelho ardiam, descamados ferimentos da hora perdida.
Por descuido de um pneu careca, ela fora ao chão e por sorte, ou obra do destino (quem sabe um anjo da guarda eficiente) machucarasse pouco.

Um triz a salvara de um acidente malicioso.
Alguns freios que a natureza permite, tão necessários às regras que dão continuidade a vida.
As coisas a paralisava de outros descuidos na cidade de horizontes vastos.

Sem que se perceba o reflexo ligeiro fora tão, ou mais eficiente que o cérebro pensante.
Instinto de sobrevivência, dando partida a hora H - momento crucial na vida de alguém.
Por fim, o sentido foi dando forma às voltas de sua roda rolante.
E tudo, por meros segundos, seguravam ações duradouras.

“Brasiliensemente” ela reagira, dando velocidade.
E passando o mundo surgira.


: : eliz : :

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