Desenho: Luiz Zerbini
Porque depois de você, estive em mim, mudei a cor dos cabelos, li outras poesias, enjoei de romances e fui tomando gosto pelas coisas apimentadas. Segui, desvencilhando os ouvidos daquela música que trazia um pouco das lembranças soterradas de você.
Nem chega a ser saudade, pois me recordo de cada detalhe escondido no seu rosto, sensação da barba espetando os contornos da boca. Pois dizem que quando é saudade, a imagem do rosto se apaga na lembrança e adormece no silêncio do peito.
Depois de você, desejei com ardor alguns atalhos que poupassem o caminho, quando a falta de descuido cuidou de mim. Dispensei muletas, porque sempre soube de minha força pra seguir. Pois embora algumas aflições sugassem a alma, minha alegria independia de sua presença, como algo que teima em ser, pleno em si, sem outros devaneios.
Comecei a escutar os muitos sons de cigarras agarradas em troncos secos das árvores plantadas nas quadras, depois tive a sensação de aperto inovada no peito, como anúncio de final de ano, mais pra lá do que pra cá.
Sem você, algo passou junto e muito ficou guardado dentro de mim.
Outras perguntas martelaram na minha cabeça oca, formando filas e filas de exclamações, aclamando respostas por algo novo já caducando, como a fragilidade da pele sobre o tempo da gravidade.
Porque depois, bem depois de você, percebi que não cabia mais querer você. Pois você não existia mais na infinitude dos meus dias. Preferiu assombrar meus momentos de solidão.
Também tomei gosto pela coisa, aprendi a sair sozinha, esqueci alguns caminhos, descobri outras verdades, desejei outro contorno, apelos nos pêlos em mim.
Porque depois de você, não havia mais você, restando a mim.
Depois, bem depois de você.
: : eliz : :
Nem chega a ser saudade, pois me recordo de cada detalhe escondido no seu rosto, sensação da barba espetando os contornos da boca. Pois dizem que quando é saudade, a imagem do rosto se apaga na lembrança e adormece no silêncio do peito.
Depois de você, desejei com ardor alguns atalhos que poupassem o caminho, quando a falta de descuido cuidou de mim. Dispensei muletas, porque sempre soube de minha força pra seguir. Pois embora algumas aflições sugassem a alma, minha alegria independia de sua presença, como algo que teima em ser, pleno em si, sem outros devaneios.
Comecei a escutar os muitos sons de cigarras agarradas em troncos secos das árvores plantadas nas quadras, depois tive a sensação de aperto inovada no peito, como anúncio de final de ano, mais pra lá do que pra cá.
Sem você, algo passou junto e muito ficou guardado dentro de mim.
Outras perguntas martelaram na minha cabeça oca, formando filas e filas de exclamações, aclamando respostas por algo novo já caducando, como a fragilidade da pele sobre o tempo da gravidade.
Porque depois, bem depois de você, percebi que não cabia mais querer você. Pois você não existia mais na infinitude dos meus dias. Preferiu assombrar meus momentos de solidão.
Também tomei gosto pela coisa, aprendi a sair sozinha, esqueci alguns caminhos, descobri outras verdades, desejei outro contorno, apelos nos pêlos em mim.
Porque depois de você, não havia mais você, restando a mim.
Depois, bem depois de você.
: : eliz : :
Nenhum comentário:
Postar um comentário