quarta-feira, 25 de março de 2009


Foto: Zubehör Buyer Wauted



A moça passa, desfilando suas sutilezas nas ruas da cidade, transcendendo a lógica imperfeita dos dias. E as avenidas em movimento, em plena circulação venosa, dão ares de maturidade em margens de todas as gentes.

É fato, mas as coisas às avessas, nos enganam por dentro. E eis que o dia se alimenta de suas próprias raízes, e os constantes barulhos dos carrinhos de supermercados, anunciam o tempo do consumo, enquanto as paradas ainda cheias dão sinais de vida na lida incessante das semanas.

Os graves efeitos da “grave-idade” tornam-se traços expressivos nas filas de toda as gentes, onde até a imagem retratada, quando não resgatam lembranças, denunciam a hora do tempo.
E jovens senhoras, camuflam sobre o pó da maquiagem, suas cores de apatia, enxergando o mundo sobre a ótica obscura de seus óculos escuros.

Hoje também, li que: “em tempos internéticos, as cartas e gentilezas perdem espaço para as tecnologias constantes”, mas eu não creio em tudo que dizem, e ainda encontro tempo para escrever cartas. Não há nada caduco nisso, nem tanta modernidade em outros fatos.

E a moça, nem bola dá a tudo que passa presa aos sons de sua simpatia.

De qualquer forma, é melhor desligar a máquina.


eliz pessoa

quarta-feira, 11 de março de 2009

Foto: Paulo A. Gonçalves





Era pra ser simples e não vir cheio de muitas novidades. E a hora se fez tarde. Calmamente em suspiro inflou alguns resquícios de pensamentos.

A gente pensa demais e teima em achar graça de coisas sérias.
Não era pra ser alguma coisa planejada, nem organizada na corredeira dos dias, nem tinha razões de tanto existir. Apenas uma vontade latente na gente.

Ainda é cedo, pra tanta inquisição e eu proponho um outro artigo, definindo tanto plurais. Faz tarde lá fora, e aqui dentro centelhas de atos não camuflam alguma ação.
Eu me redigo e visto as caras de outras vontades, porque nem sempre, a vida se mostra por inteira e a colheita é semeada. Não há de ser nada e já é alguma coisa.

Eu ainda tento um texto, adormecido na quietude d’alma.
Mas por enquanto, uma fruta ainda faz sentido.


eliz pessoa