sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Teima arrogante interrogando o saber...

foto: internet

Queria calar essa teima insistindo em minha lembrança, como “murro em ponta de faca”.

Mania de tomar meus minutos de silêncio. Porque não quero parar no tempo, nem ao menos pará-lo em mim. Quero a mente cheia de ocupações, textos, projetos, frases e afins perdidos nos seios dos livros. Quero calar os mesmos gritos, esquecer algumas lembranças que insistem em derreter no calor dos dias. Devorar João Ubaldo, bordas e borrões de poesias, papéis amassados no raso da mesa. Estudos que sugam horas livres e usufruir outras metades de mim.
No meio de tudo, escrevo cartas e as envio para outros olhos, esquecidos a distância.

Ando dispensando hiatos, desejando ditongos, arriscando dígrafos, desarmando ironias e devorando metáforas, para, quem sabe assim, reencontrar rascunhos novinhos em folha.

Porque, como numa partida de futebol, o risco pode transformar-se num grito de gol.
Pois, por ora, sinto-me o camisa um da seleção, defendendo barreiras. Mas não há nada que se iguale a um zagueiro em transe, percorrendo os caminhos do gol.

Por enquanto, arredondo as formas da caligrafia, respiro buscando compassos que reencontro no abraço, que encosta ao coração.
Com pulso firme, divido o instante no momento em que passa, aumento o som da tv pra não ouvir mais nada.

De formas firmes, exercito passos de bailarina, mas basta perceber um vacilo da noite, para esquecer a coreografia e insinuar outros olhares. E o mundo se abre quando os olhos se deitam.

Há tanta magia no momento que a mente se recusa a esquecer, ficando ali, vagueando por caminhos perdidos. E por que não, se as cigarras ainda cantam no começo da estação?

Ah, mas se essa teima pudesse calar, esqueceria o seu retrato nos caminhos da distração.

: : eliz : :

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