segunda-feira, 16 de março de 2015

Domingo, 15 de março de 2015 – Brasil


Um sentimento confuso pairou sobre nossos ares democratizados, fazendo com que parte da população saísse às ruas, vestidos em verde e amarelo, protestando contra a corrupção e pedindo o impeachement da Presidente Dilma Rousseff.  Acordamos com a televisão noticiando em intervalos curtíssimos de tempo, o movimento de quem aderiu à campanha contra o Governo PT, mobilizada por dois fortes motivos, sendo o primeiro, a não aceitação por parte de quem não votou no PT e ainda tiveram que “admitir” sua reeleição, e o segundo plano, por conta dos escândalos envolvendo a Petrobrás e demais partidos políticos veiculados aos roubos milionários.

Neste dia não somei meu grito a grande massa verde e amarelo típica de Copa do Mundo, porque nada me faz acreditar que não há manipulações envolvendo todo esse esquema, inclusive de países fortes do outro ponto mais acima da América. Para quem foi se manifestar não havia indícios de golpe de Estado, e de fato os tempos são outros, muito menos aleatórios, mas ainda assim repletos de manipulações e novos ferramentas tecnológicas e midiáticas.

O Brasil se dividiu nas eleições de 2014, mas grande parte dele ainda optou por eleger a Presidenta Petista, os nordestinos foram massacrados, como já era de costume, xingados de miseráveis, analfabetos, dependentes de bolsas, preguiçosos, incapazes de trabalhar e outras mazelas. Claramente que história desse povo mostra até aqui o contrário. O país encontrou um limiar perigoso entre brancos x negros, ricos x pobres, gente que vive no centro das grandes metrópoles, versos periferias de todo Brasil, e isso só se deram porque, de certa forma, com ou sem escândalos sobre roubos os pobres tiveram acesso no Governo PT a bolsas, tão comuns e utilitárias lá fora, dando acesso as faculdades através projetos sociais, aquisição da casa própria, nas carteiras assinadas por empregadas, as cotas para negros e outros cocitas.
Claramente que o Governo Lula foi corajoso para implantar tais projetos, pois o momento econômico e político brasileiro favoreceram sua ação imediata. Muita gente torceu o nariz pra tais mudanças, muita gente que jamais saberá o que “é não ter, e ter que ter pra dá”. Não menos importante a inteligente e ousadia de um Fernando Henrique Cardoso também colaborou para esse momento Brasil-Lula. Esses pontos, a meu ver, são de suma importância para a construção do momento que, em especial as pessoas de menos acesso viveram nesses últimos tempos de Brasil. Admiro a figura do Lula pela a capacidade de ampliar esse horizonte para aquela população largada nas periferias brasileiras, mas os tempos são outros e a sociedade clama por mudanças, isso também é um fato. Esse é o processo das coisas.

A Presidente eleita, e até acredito que nenhum outro teria a dureza necessária para enfrentar esse ano de crise, vive um momento severo neste ano regido por marte, senhor das guerras e das ebulições.
Muito se acredita e a oposição existe e se faz necessária em qualquer democracia pra isso, que se outro candidato houvesse ganhado as eleições, as coisas seriam diferentes. Particularmente, acredito que a bomba desse momento em que vivemos estouraria nas mãos de qualquer outro, com ou sem boas intenções de governo.

Em meio caos as pessoas dividem-se em dois grupos, contra e a favor do governo, se agridem, se consomem num ódio extremado de opiniões, assumimos a guerra como algo pessoal, alguns se põem como mais entendidos quanto a História do Brasil, outros se manifestam como sábios oradores, outros observam atentamente a cada discutido alheio que dê margem a um contra posição mais precisa. O Brasil fica assim, lá e cá, a corrupção continuar forte, venenosa, cancerígena e sistemática, assola pequenos e grandes brasileiros, segue assídua no Senado, na Câmara, aliás, ambientes mais que propícios a sua edificação. Seguiremos sem Reformas, continuaremos a espreita de próximos golpes sem face, alguns temendo amedrontados com a possível volta do comunismo, no medo branco de virarmos um Cuba dilacerado, cheios de Petróleo, vigiados pelo capital estrangeiro.

Assistiremos a muitos outros embates e tentaremos cotidianamente nos policiarmos contra a corrupção... Àquela corrupção nossa de cada dia, disfarçada de espertezas inocentes e não menos covardes.

Para alguns o impeachment é o caminho, mas a corrupção continuará aí, aqui, na esquina espreitando nossas ações intermitentes.


elizpessoa