sexta-feira, 7 de setembro de 2007

foto: eliz pessoa


De repente a vida foi tomada de arte.
As ruas, viagens, amizades, contornos da cidade.

Quando acordei, ela já havia se espalhado, empregando tudo.
Tomou meus últimos goles de cerveja, assaltou esquinas, pintou-se nos muros erguidos nas ruas e paradas de ônibus. Nada. Absolutamente nada, foi roubado.

E os olhos, tão acostumados com o dia-a-dia, cegaram de tanto de vê-la.
Então o que antes era pobreza, vestiu-se carnavalisando o retrato, congelado na fotografia.

Os desconcertos, atropelos da vida, viraram textos, a solidão acompanhou-se de tantas sensações, que deixou de ser sozinha.
Completou-se nas querências de tanta harmonia estampada lá fora.

Novas melodias ao meio dia espalharam-se nos ares das praças.
E outros autores, poetas, escritores e loucos, deram graça a novos contextos.
Outras idéias...
E a vida passou a ter sentido, sentindo-se nela.

No nó do mundo e no bater de corações, a arte de um Deus quase humano.

Agora, já vestimos a cena e somos atores convocados por ela.
E até o centro das grandes cidades, prolifera arte e em cada um de nós.

: : eliz : :

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