sexta-feira, 14 de setembro de 2007

foto: internet

Silêncio,

enquanto as roupas secam no varal, a hora se mostra - tardias repetições exercidas nos dias. Mudanças nas cores dos fios de cabelo, labirinto dos trinta.

As cruas unhas dos dedos dos pés e mãos, denunciam descuidos - cutículas ressecadas na secura do clima. Pensamentos que programam a semana, respostas aguardadas, enquanto ao longe, uma mulher geme de prazer com outro alguém. Calor “arretado” e luz acessa.

A coluna reclama dos maus tratos, e o barulho da água sobre a pia da copa alimenta sede no corpo. Um copo de limonada do limão colhido na rua, três livros de Saramago, alguns textos de João Ubaldo (gosto tanto desse jeito...), luzes que emergem, Glauber de sempre, evangelhos e cortiços. Um felino estressado reclama pela casa. Busco um “cadinho” de paciência, enquanto outras idéias folgam comigo na cama.

Um prato de macarrão, cartas amontoadas no isopor da parede, letras cansadas, retratos de um país desprivilegiado e sincero na crua verdade, cheiro do alho queimado, alimentando sentidos. Canto a si mesmo e cegos que se multiplicam no livro. Olhar vagabundo, preguiça domingueira. Gentileza-palavra completa. Cabelo disforme, crescendo e escondendo os mistérios da nuca calorenta. Arte de conviver. Fotos da última viagem: clássicos no maracá, pôr-do-sol nas pedras do Arpoador, sombras em Vidigal, pose com Drummond, abraços nos braços do redentor, All Star guardados na areia, ondas que se turvam, flores para Yemanjá e Oxossi no meu coração. Outros blogs, novas parcerias, idéia nova.

Do começo ao fim, Rê Bordosa. Depois quietude, celular desligado, tv muda e música calada. “Amanhã não tem feira”, mas tem construção. “Não tem mais brincadeira, não tem mais confusão.”

No meio de tudo, amanhã ainda é o maior mistério.

:: eliz ::

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