(Foto: Paulo Araújo)
Não é emoção que me falta, sobra sem desperdícios.
Não sou eu que me escrevo,
é outro eu aqui dentro que pede passagem pela minha
experiência e se experimenta desfrutando o caminho.
Não é dentro de labirintos que me perco,
me encontro refletida nas retinas do outro, o desconhecido.
Sou um pouco dos desafortunados perambulando pelas
ruas da cidade,
e sou muito do trabalhador impregnado da mesmice.
e sou muito do trabalhador impregnado da mesmice.
Assombro-me com a soberba dos desavisados sobre a
vida,
e divido-me em tudo que me toca de verdade unificando
tudo isso.
Sou um dia após outro, o conta gota das palavras, a
moça do sorriso fácil e voz embargada,
o experimento dos sentidos, o subtefúrgio da alma.
E não sou daqui, estou aqui procurando acertar os ponteiros do tempo,
procurando a beleza em meio a imperfeição.
o experimento dos sentidos, o subtefúrgio da alma.
E não sou daqui, estou aqui procurando acertar os ponteiros do tempo,
procurando a beleza em meio a imperfeição.
Sou o que em mim padece e a dor da construção, o
rasco de instante fecundo,
a palavra gasta sobre a mesa, a descontrução das certezas, outro texto que nasce.
a palavra gasta sobre a mesa, a descontrução das certezas, outro texto que nasce.
Sou tudo isso e quase nada, a metamorfose da viagem.
Sou a agonia do trânsito engarrafado, o silêncio de
um inocênte esquecido pela lei dos homens preso num buraco do esquecimento, a intuição
mais primitiva, o afeto vago.
Sou a poesia que se empresta todo santo dia, um ano
depois de outro,
a vírgula mais constante das pausas, a moça em mim revelada,
o amigo que mora distante,
o compromisso com a vida.
a vírgula mais constante das pausas, a moça em mim revelada,
o amigo que mora distante,
o compromisso com a vida.
Esta mesma a qual pertenço!
A vida que se escreve em mim, como a flor da
tatuagem na pele queimada.
Sou enquanto sigo, mas não indiferente à nada.
Por isso tanto barulho, uma espécie de anarquia
generalizada,
enquanto tento me enquadrar na normalidade amoral das convivências,
sem mais compreender uma grama dessa parada.
enquanto tento me enquadrar na normalidade amoral das convivências,
sem mais compreender uma grama dessa parada.
elizpessoa
Um comentário:
uau!!
:)
cabeça
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