De
tempo em tempo se faz necessário essa limpeza, desocupar espaços no armário, no
guarda-roupa, nos discos, livros, revistas e outros badulaques, porque a vida
pede passagem, e acima de tudo exige espaço limpo e renovado para novas
papeladas, novos escritos e novos pertences.
É
tempo de largar o velho, deixa-lo ir como as folhas no outono, e renovar-se
como novinhas flores dos Ipês Amarelos carregadas pelos ares da Primavera.
Ainda
falta muito o que fazer, porque com tudo que se deixa, deixamos que vá uma
parte nossa que não cabe mais em nós. E as guardamos apenas na memória da
existência. Porque cansamos de muita coisas,
de nós mesmos, cansamos do trajeto repetido todos os dias. Por isso é
importante um passo novo, ainda que seja no dobrar de uma esquina antes não
dobrada. Tentar de uma forma ainda não experimentada, arriscar sensações ainda
não sentidas, enquanto o tempo pede passagem, e se não o concedermos, ele passa
por cima da gente e vai para um lugar bem longe dessa nova realidade.
É
tempo de reciclar, doar, transformar e viver outros sentimentos, experimentar a
leveza dos espaços vazios, dos armários desocupados, apenas ficaram as roupas,
sapatos e outros pertences que ainda utilizamos para atender a um corpo, e nada
mais. O resto é excesso e exagero. Quanto as bagagens, apenas as lembranças levamos
com a gente, e eu sei que só ficaram as que realmente valham à pena serem
lembradas.
Pesos
são desnecessários para um vida passageira e acelerada. E a gente passa tão
rápido por aqui.
Por
enquanto sou eu, organizando a casa de dentro de mim. O resto é só o risco sobre
si mesmo.
elizpessoa
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