(Fonte: Google Imagens)
Choveu como aclamado, e além do esperado.
Choveu forte e tempestivamente.
Choveu lavando os vidros carregados de poeira
cinzenta, ar cinzento, palavra cinzenta.
Choveu nos gramados ressecados, estorricado pelos
raios do sol de um ano inteiro.
Choveu numa sexta-feira de eventos, e ninguém dançou
a dança da chuva, nem alimentou raízes de novas esperanças.
Choveu num apelo seguinte, lavando as ruas da
cidade, molhando o teto das casas, o topo dos edifícios, a bicicleta, o
desassossego, a metonímia das coisas, a coisa toda.
Choveu no olhar das crianças, nos cabelo das meninas,
sobre a barba de alguns homens, na superfície infantil, no pátio do colégio.
Choveu sobre as árvores, flores, folhas e frutos.
Choveu sobre o silêncio, sobre o barulho da vida que
corria lá fora.
Choveu aqui dentro, em cada detalhe de uma renovada
argumentação.
Choveu enquanto, paciente, assistia o escorrer das
águas na quadra.
Choveu enquanto alguma coisa se materializada no
asfalto.
Choveu sobre o calor, sobre o meus também olhos
ressecados.
Choveu na cabeça de ideias constantes, na malícia, no
inesperado, no anúncio de uma nova estação.
Choveu na minha Primavera tão quente.
No meu colorido tão quente.
Calorosamente sobre a minha embriagues, sobre o
lago, mares e rios que correm livres aqui dentro.
Choveu sobre a minha capacidade de existir.
elizpessoa
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