quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A Cidade



                                                        (Foto, fonte: Imagens Estadão)



Fez o sinal da cruz em frente ao cemitério. Cabeça baixa pensou que houvesse um igreja no caminho. Igreja não havia, apenas a morada dos mortos da cidade.

Delicadamente os dedos deslizavam sobre a tela touch screen do celular, procurando por alguma programação em algum acústico alternativo da cena da cidade.

Nós por nós nas ondas do som de um certo Câmbio Negro durante os graves da periferia. Muros pichados, palavras ilegíveis desenhavam-se em outros códigos da cidade.

Uma canção pedindo para alguém voltar para um outro ninguém, a linda voz da moça Ana Reis, o samba com cara de tarde domingo ensolarado na cidade.

Uma ponte, o asfalto lá embaixo, duas setas apontando caminhos e um lugar que um dia fora mato. Outra voz reverberando dentro da gente. Uma pausa para a Voz do Brasil, e agora sim, uma igreja santificada pelo sinal da cruz do menino. Um certo tique nervoso e benzedeiras pela cidade.

Outras notícias sobre A Copa da Confederações. A cidade.

Um surto de propaganda na traseira do ônibus, dizia:

"Sabia que um porco ejacula durante 30 minutos?
E você aí se sentindo o máximo. Vá para o motel xxyz".
Delírios e mal gosto de tanta publicidade!

A cidade carregando de tudo isso.
Música de praia, delírios de algumas superstições...
Dai-me paciência para esperar as cores da Primavera.

A cidade, o minuto, o caminho.


Já é setembro aqui dentro!


elizpessoa

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