sexta-feira, 24 de agosto de 2007

foto: eliz pessoa

Inteiro, ele se mostra, cronicamente sentado sobre o banco da praça, próximo ao centro da cidade, onde passos “machadianos” de muitos Assis dão nome a importância ao maior entre eles, bem ali, no Largo do Machado. Letrados asfaltos, calçados por pés de gente comum de todos os gêneros, anônimos em muitos caminhos.

O tempo, alimentando pombos, perdido em si mesmo e fazendo-me encontra-lo na imagem registrada pela modernidade digital, maturando pensamentos que exercitam palavras aqui.

Paro um pouco afastada e registro ao longe a fotografia que diz tudo que experimento depois de provocada pelo senhor de brancos cabelos longos e olhar desconfiado com minha presença confusa. Arrisco-me novamente, deixando de lado toda minha caretice e aproximo-me do tempo, envelhecido nele.

Autorizada por seus olhos cansados e inibidos, pelo seu Português escondido na língua silenciosa. Mas ele aprova com um rabo de olho o registro da imagem que pariu o anseio de um novo texto.

Então, posiciono-me já com os pombos dispersos e a carta manuscrita em suas mãos de muitos aniversários, vêem dando mais sentindo a evolução da palavra.
Por outro lado, ele finge não se importar com minha presença, mas denuncia-se com um olhar de vista baixa no momento da foto.

Um click afasta-nos, ao mesmo tempo em que aproxima-nos o imortalizando na imagem congelada pela foto, e eternizada enquanto vida houver aqui.

O tempo contando verdades, decifrando mentiras, bordando imagens e despertando todo o sentimento latente das letras jorradas em folhas de papéis que não desnudam quem delas se empresta, mas conta o que o escritor arriscou dizer.


: : eliz : :

Um comentário:

diovvani mendonça disse...

A captura dum instante dentro duma foto... Sua escrita, é vida-pulsante, que saltou em mim. Maravilha!!! ^~~AbraçoDasMontanhas~~^