(Foto: Google Imagens)
De longe a cidade acende suas luzes amarelas ocultando pessoas. Qualquer
movimento é uma libertação contrariando o congestionamento. Um, dois, três
acidentes entopem as veias do caminho. Só de imaginar a temporada das chuvas e
em como ficaria tudo isso aqui, já causa certo constrangimento inacabado.
A cidade dividida sobre o asfalto e nenhum indivíduo poupado. É tempo de
reclamação e mato queimado, e o trabalhador resignado busca sentido em tudo
isso, porque a vida em si não basta.
Aqui onde muitas atmosferas envolvem a palavra, um atalho desgastado,
encurta distâncias, e aquela velha roupa colorida já não veste mais um
pensamento. Pois o mundo gira sempre em sentido horário, embora a impressão
latente nos diga bem o contrário.
As pessoas continuam cumprindo o papel do mesmo sempre, e isso em si não
preenche as mesmas paridades.
O fluxo da existência é intenso e todos, sem exceção, procuram espaço
nos ônibus, viadutos, calçadas e cidades. Procuram um pouco mais coração num
mundo de praticidades. Penso em tudo isso com o envolvimento de quem assiste de
fora, com aquela vontade de não entender direito, só para não pensar com a
certeza de manter os dois pés ficados no chão endurecido, em tempos de
engarrafamentos e de opiniões compartilhadas num estralar de dedos.
elizpessoa
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