(Foto: Eliz Pessoa)
Cavalcante é um lugar
sossegado demais da conta. Cidade pequena, pacata, cor e ares de cidade
fantasma. Ao seu redor, toda a beleza das chapadas, montanhas rochosas e exuberantes,
natureza exacerbada. Ah o olhar! Este não é poupado um só minuto: leste, oeste,
norte e sul e nenhum cansaço à vista. Segundas, domingos sem diferenças.
Cachoeiras de Oxum,
terreno argiloso, poesia latente. Apenas almas, elas sim parecem existir por
ali nas manhãs e madrugadas.
Aos mais desavisados
músicas ouvidas ao longe, sons que se misturam com as latidas respondidas dos
cachorros, ou ainda pela sinfonia dos galos. Cidade labirinto,
sentidos exaltados. Ali é possível desfrutar qualquer viagem com os cinco
sentidos.
Gente brejeira de fala
mansa, ruas atravessados por galos, deitadas por cachorros, céus enfeitados por
pássaros.
Cavalcante das escondidas
cachoeiras de águas geladas. Flor do Cerrado, mina d’ouro, terra de negros
calungas e noites de estrelas multiplicadas.
Por ali tudo é sossego,
sonha-se sossego das casas simples, sossego de solidão acompanhada.
Cavalcante das notas dispersas no ar, de ouvidos aguçando sentidos.
Cavalcante, seu
silêncio é uma Folia de Reis, numa canção sem rainhas.
Cidades do
esquecimento, e do encontro de você consigo mesmo.
Por ali, viver é sempre
uma linda sinfonia lembrada por quem esteve de passagem.
elizpessoa
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