terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cavalcante – GO, 3 de agosto de 2013


                                                                                (Foto: Eliz Pessoa)



Cavalcante é um lugar sossegado demais da conta. Cidade pequena, pacata, cor e ares de cidade fantasma. Ao seu redor, toda a beleza das chapadas, montanhas rochosas e exuberantes, natureza exacerbada. Ah o olhar! Este não é poupado um só minuto: leste, oeste, norte e sul e nenhum cansaço à vista. Segundas, domingos sem diferenças.

Cachoeiras de Oxum, terreno argiloso, poesia latente. Apenas almas, elas sim parecem existir por ali nas manhãs e madrugadas.

Aos mais desavisados músicas ouvidas ao longe, sons que se misturam com as latidas respondidas dos cachorros, ou ainda pela sinfonia dos galos. Cidade labirinto, sentidos exaltados. Ali é possível desfrutar qualquer viagem com os cinco sentidos.

Gente brejeira de fala mansa, ruas atravessados por galos, deitadas por cachorros, céus enfeitados por pássaros.

Cavalcante das escondidas cachoeiras de águas geladas. Flor do Cerrado, mina d’ouro, terra de negros calungas e noites de estrelas multiplicadas.

Por ali tudo é sossego, sonha-se sossego das casas simples, sossego de solidão acompanhada.

Cavalcante das notas dispersas no ar, de ouvidos aguçando sentidos.
Cavalcante, seu silêncio é uma Folia de Reis, numa canção sem rainhas.
Cidades do esquecimento, e do encontro de você consigo mesmo.

Por ali, viver é sempre uma linda sinfonia lembrada por quem esteve de passagem.



elizpessoa

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