(Foto: Peça de Teatro Morte e Vida Severina - Sala Funarte)
Estamos aqui tão breve
e só de passagem. Outro dia me peguei refletindo sobre isso tudo, sobre a vida: minha, sua, nossa. E o que ficou aqui dentro foi à brevidade. Por que tudo é
tão rápido e efêmero, porque todos gostariam de mais tempo para mostrar ao que
viemos, gostaríamos de amar mais incondicionalmente, porque precisamos fazer
valer a promessa feita em algum outro plano - isso para quem acredita nessas coisas.
Enfim, não importa. Queríamos mais tempo e de fato, o presente é a única moral realista
do existir.
A gente vive e se
empresta, se permite, aprende e são tantas as lições inacabáveis. A gente reza
por um mundo melhor quando assistimos as almas vitimadas pelas guerras,
crianças inocente que mal tiverem tempo de aprender a falar e escrever. Guerras
que não mensuram cor, credo, idade e tempo. Guerras onde a verdade é a primeira
a deixar de existir.
Essas últimas semanas,
por exemplo, tem sido assim. O mundo caótico, quebrado, chamando a atenção aos
nossos olhos, despertando o nosso pensar que pesa sobre tudo isso. A Síria, o
Egito, o Alemão, a Rocinha, Canta Galo, as periferias brasileiras - tão ricas e
tão pobres em assistência. A dor das mães, pais e amigos de tanta gente que se
perde na loucura de mãos poderosas e gananciosas.
Esse ser homem contraditório
e infinito em possibilidades, se limitando perante a morte, que pertence, esta
sim a todos nós. Porque todos, sem exceção, vamos viver essa experiência. Que é
uma experiência essencialmente da VIDA.
Esta semana muito pesar
sobre meus pensamentos. Certo olhar curioso e tímido sobre esse mundo a qual
estou vivendo. E a vida, essa senhora cansada, sempre me diz alguma coisa, me pede
muito, mas muita paciência. Em primeiro lugar comigo mesma, depois com o mundo
que me cerca todos os dias. Paciência de viver em sociedade, de respeitar a
vida, a morte, o tempo e o espaço dos outros. Paciência para não atrapalhar o
caminho de quem precisa passar e de quem quer viver.
Esta semana, por tudo
isso e muito mais, senti solidão e uma vontade de ficar quieta, de fazer
diferente, de só perder mais tempo com o que de fato interessa. E o que interessa
é a vida emprestada a cada um de nós: bichos, plantas, ar, gente. A vida perene,
falha, rasa e completamente profunda. Esse nó na garganta, esse anseio de fazer
desse tempo, um espaço melhor para mim, para todas as pessoas que amo, em
especial, fazer diferente a todos as pessoas que eu não amo. Porque viver é
imperativo e a vida é um presente.
elizpessoa
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