Eu escrevi uma coisa, dessas
corriqueiras, sem importância. Escrevo sempre assim, e o mesmo de desvencilha
de mim.
Outro dia, buscando paciência
em meio ao barulho, encontrei um silêncio tão grande, que tudo: o tempo, o
mundo e os outros – todos eles esbarraram-se no vazio.
A gente escreve para não morrer mais um pouco,
jogamos palavras soltas por aí - absurdos de nós. Depois cala, para, pensa, lê
novamente e acha tudo uma grande besteira, desabafos desnecessários.
A gente pensa que se
acostuma com si mesmo, mas não é verdade, nunca nos acostumamos com eterno em
nós.
Descrevemo-nos, nos
contamos como diferentes, experimentamos novos atalhos, nos perdemos em meio a
multidões, pensamos que nos inventamos sozinhos, mas nada e nem ninguém é
absoluto, singular e onipotente.
A gente (da verdade) é
simples, frágil do jeito que Deus nos fez, tal qual sua imagem e semelhança. Tal
qual sua palavra indeferia por aí. Depois não somos mais nada, apenas uma
lembrança registrada na memória de alguém.
elizpessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário