sexta-feira, 28 de junho de 2013

1968 O ano que não terminou x 2013 O ano que só começou


                                                                                         (Foto: Macha dos 100 mil, 26 de julho de 1968)


Estou lendo o livro “1968 O ano que não terminou” do Jornalista Zuenir Ventura. É incrível perceber que alguns procedimentos, apesar dos 45 anos transcorridos de lá pra cá, não mudaram muito. A maneira pela qual o Estado trata manifestantes, as consequências das ações cometida dos policiais e o revide do povo. A diferença, se é que podemos dizer assim, estão no sistema de governo aplicado a esses dois tempos. Lá, a Ditadura reinava e a luta dos estudantes e tantas outras classes brasileiras, vinha em prol de um Estado Democrático de Direito - naquele período distante demais da realidade.

A luta daqueles jovens e velhos foi para chegarmos aonde chegamos. Agora aqui, em pleno exercício de 2013, as vésperas de recebermos nosso segundo mundial de futebol e já batendo às portas de novas eleições, nos encontramos exercendo nossa cidadania. Saímos às ruas em prol de muitas, multiplicadas manifestações por, não somente melhores condições de saúde, educação, segurança, etc e tal, mas principalmente pedimos por uma nova moral no trato com o dinheiro público, nova moral no comportamento geral. Pedimos, acima de tudo, para sermos respeitados, tratados como os contribuintes da máquina pública já sucatada por tanta superexplorações por parte daqueles que deveriam cuidar de nossos porquinhos de maneira democrática e jamais individualista.

Em 68, pelo que li, a juventude tinha um ingrediente diferenciado do nosso. Naquele tempo os jovens eram completamente antenados em leituras e a política envolvia praticamente tudo: o sexo, o amor, as relações, as ações, as cabeças, muitas dessas. Agora, me parece que estamos percebendo a delícia que exercer o poder. Não procuramos mais com tanto gosto as leituras, mas caímos com tanta sede nas redes sociais, que nosso compartilhamento leva muitas ideias para novos manifestos.

A polícia continua de certo modo agindo com a mesma petulância e covardia que em 68, os governantes continuam inventando as mesmas desculpas antidemocráticas para justificarem ações extremistas, e a mídia que deveria informar imparcialmente os fatos, está tão vendida ao Diabo, que fica difícil acreditar nela. Sinto pena em ver, por exemplo, nossos pais conectados ao televisor, escutando notícias distorcidas, tomando-as com verdades cruciais e levando a vida simplesmente. Se alguma mudança boa nos acometer, ela chegará para todos, aos que brigaram nas ruas tomando porrada de policiais, até os que ficaram em casa resmungando da “baderna” e do “vandalismo” das televisão, eu diria.

Ainda estou no livro, lambendo ele com os olhos, sentindo cada provocação, imaginando cada instante histórico daquele momento, mas também estou aqui, discutindo, questionando, ponderando, aliterando muitas questões pra ver se assim, pinto um sentindo pleno nessa vidinha nossa de todo dia.

Abaixa a Ditadura o Povo no Poder!!!



elizpessoa

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Elis.

o jargão 'a história se repete' nunca foi tão verdadeiro.

Ótima semana para você!