Saímos de nossa zona de
conforto. É certo que um conforto um tanto quanto desconfortável. E o exemplo
vem dos serviços básicos e blá, blá, blá. Se há uma culpa, esta não cabe somente
ao Governo em questão, é algo que se repete de eleição a eleição. Mas com tanta
constância nessa rotina letárgica do sistema corrosivo/corrompível, o cidadão
foi se cansando, ao ponto de não mais aguentar esse relacionamento entre governantes
e governados. Em meio ao caos, o trabalhador foi se deteriorando, vendo sua
mão-de-obra cada vez mais calejada e seus sonhos apagados. Quase doente e
tomando a mesma medicação de anos, pensou que o problema poderia ser solucionado
com a mudança de remédio. Resolveu tomar uma dose alta de atitude, e o ânimo
adormecido nos últimos tempos, revigorou-se num grito claro de esperança. Pouco
a pouco uma espécie de epidemia, foi tomando conta de outras pessoas – paciente
do Estado. Foi quando uma impaciência generalizada tomou contas das ruas,
discursos, ações e conversas fiadas. E o assunto agora tratado, assustou os
governantes, que sem jeito, perderam a compostura e a fala, buscando soluções
indissolúveis para acalmar o problema – agora denominado: animo popular.
O povo inflamado experimentou
um gosto de autoestima, peito erguido, palavras firmes, cartazes motivados,
multidões, rebeliões e muita vontade em modificar trajetórias, construir novos
dias. Quem sabe até, voltar a sonhar com o futuro brilhante. Contribuir com seu
legado, caminhos melhores. E neste estado de não se sentir pequeno, um GIGANTE
como dizem por aí, formou-se do singular ao plural, do indivíduo ao coletivo.
Uma voz, entoado ao longe, que de tanto gritar, fomos ouvidos. Não pelo o Estado,
nem pela mídia. Ouvidos por nós mesmos nos convocamos para exercermos o poder
que emanamos quando não aguentamos mais nos enxergarmos no espelho do mesmo
jeito.
Eis o tempo de
inquieta(ações) pulverizadas.
elizpessoa
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