segunda-feira, 26 de março de 2012

A sombra


(Foto: fonte www.rnw.nl)

Nem todos os olhares estão aptos ao que se dá fora da gente. Em meio à multidão: playboys, bêbados, mendigos, moças ousadas, drogas bandidas, bebidas derramadas, cantadas vazias, surtos derradeiros, egos em conflito, amostra grátis de um pouco de tudo.

Bem ali mesmo, conversas estranhas, papos que não se derramam facilmente em ouvidos desconhecidos, conversas requintadas, ocultismo cercadas de plano b: o universo, o homem, Deus. O poder inteiro e maldito de poucos donos de mundo. O mundo cercado por todos eles. O homem vítima de si mesmo.

Em meio à música outras ondas, nenhuma vertente renovada.
O pedal, o vento e a moça.
Os moços.

Mas um único deles louco das aparências, conversava severamente com sua sombra e dizia: Sai daqui! Você vai parar de me seguir, ou vai ver o que faço com você!
Catadores de latinha de cerveja, latinhas procuradas minunciosamente como moeda encontrada no chão de quem tem Fome de Tudo.

TUDO.

O olhar atento à alteração de consciência. A embriaguez dos outros, a sede de muitos. O vendedor desdentado de churros, o óleo sofrendo o efeito do calor, o doce de leite escorrendo sobre o açúcar das coisas amargas. O sorriso liso e sincero do vendedor. A alegria que não pede por motivo, os cria.

A vida numa noite qualquer. A cidade uma vez no caminho, nos caminhos camuflados da cidade.

A música, ela.

O homem,ele. Louco por natureza.





eliz pessoa

Nenhum comentário: