quinta-feira, 22 de março de 2012

Passageirostododia


(Foto tirada do site: http://www.ciclovivo.com.br)

Correria frequente. Levanta da cama, corre pra limpar a areia dos gatos e outras pequeñas cosas, bota água pra esquentar o café, ajeita os próprios desajustes, toma banho frio, lava a alma, veste a roupa, toma o café a vitamina e o pão. Guarda a marmita na mochila já apertada de outros pertences, monta na bicicleta, se despede dos gatos, da mãe e da casa. Faz uma oração corriqueira para o anjo da guarda, pede proteção com o sinal da cruz e saí orientando a cabeça para o trânsito e seus declives. Pensa na calma, pede por calma e segue em frente rumo à labuta dos dias. No caminho, confusão generalizada: carros, carros e carros. Algumas humildes bicicletas, tantas motos, vida amanhecida e notícias frequentes de ciclistas mortos.

Em meio ao caminho outros olhares, fone no ouvido, notícias da rádio, semáforos intermitentes e obras em construção, crianças nas portas das escolas, gentileza e rudezas, pensamentos alheios a tudo isso, pressa pra cumprir horário, dar conta das tais responsabilidades. Pressa pra quê? Às vezes sol, noutras chuvas pesadas, frio dentro e fora da gente. Às vezes, absolutamente nada, apenas o rio e o seu percurso firme e destemido. Quando nem isso nem o vazio nos pertence.

eliz pessoa

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