terça-feira, 3 de abril de 2007

Era porque não tinha mais jeito. Não mais era permissível nenhum deslize a partir dali. Ela só tinha duas opções: andar na linha de sua própria vigilância, ou, andar na linha de sua própria vigilância.
Outro caminho era a falência múltipla dos fatos, o abandono do veículo no meio da estrada.
A sua indisciplina a escravizara, tornando-a suscetível a mudança do humor das marés. E afogada, a vida entregaria os pontos.
Nenhuma desculpa era perdoável. Nem o excesso de sono, nem a ausência dele, nem os momentos de descuido, nem o cansaço. Todos os abusos seriam castigados.
Imperdoavelmente sem âncoras, ou cordas, a esperança desanimara.
Porque até a esperança, vinha do verbo esperar. Pelo o menos ali.
Recrutada pelo exército de seus próprios olhos, só havia espaço para a vigilância, onde cada detalhe do dia-a-dia, os atos seriam registrados pela consciência dela mesma. E sobre circuitos internos de segurança, ela estava presa e enquadrada no sistema.
Só cabia o cuidado com as horas, o esforço a favor do tempo, as restrições “saturianas” na casa das vinte e nove transições.
Não havia tempo pra reclamar, muito menos pra repetir padrões. O único caminho era a ruptura, o desapego aos atos caducos, o escarro na falta de inovação.
Não havia tempo pra doer, nem surtos de alienação. Só a ação ariana justificava o caminho. Toda “hipocrisia-hipocondríaca”, toda ignorância seriam castigadas. E todo castigo era pouco.
Só havia tempo para as cabeças que se abrem e expandem-se, para os olhos que sentem não como coisa, mas em essência.
Tempo para novos erros e atitudes sinceras de coração.
Não há mais tempo a perder.
eliz pessoa

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