Ele é meu amigo de
longas datas. Já nos aturamos há 12 anos.
Ele é de Touro, eu sou
de Gêmeos e ainda assim, não somos o inferno astral um do outro. Muito pelo
contrário. Ele é galego, tem os olhos e os pelos amarelos. Bastante
centrado, desde pequeno era assim.
A serenidade que
lhe cabe tão bem, me falta muito. Talvez por essa razão, goste ainda mais dele.
Ele tá ficando velhinho, tem exigido minha presença mais do que antes. Dorme
comigo, e quando não estou em casa, dorme na porta de entrada,
como quem diz: hoje você me deixou aqui, mas tudo bem, amanhã não haverá espaço
para desculpas.
Ele não briga por um
prato de ração, mas fareja longe o cheiro de presunto e queijo, os seus preferidos.
Não é dado a visitas externas, também não gosta de rua e detesta
tomar banho. Mas de tanto confiar em mim, acaba se deixando lavar com sabão de
côco. Inteligente, sabe que sou maior em tamanho, e tem confiança em mim. Ele me dá trabalho, mas é o menor trabalho em relação às outras coisas.
É do bem, da paz. Tem a serenidade de quem já viveu o suficiente para
entender que viver exige paciência, e mais que isso, tolerância às diferenças.
Às vezes acho que ele tem muito mais a me ensinar do que eu suponho, mas todos eles têm um rasco de sabedoria. É o primeiro a me desejar um bom dia e último a me lembrar de que já é tarde da noite.
Às vezes acho que ele tem muito mais a me ensinar do que eu suponho, mas todos eles têm um rasco de sabedoria. É o primeiro a me desejar um bom dia e último a me lembrar de que já é tarde da noite.
Adora chamar a atenção
subindo nos livros, revistas e sobre tudo o mais que meus olhos fixarem.
Ele não tem tempo, nem gosto por brigas e sabe que tem toda a moral para fazer-se respeitar.
Ele não tem tempo, nem gosto por brigas e sabe que tem toda a moral para fazer-se respeitar.
Ninguém o desafia. Nem eu.
Ele me ensinou a gostar
das coisas simples e passageiras. Porque o tempo dele, o meu e o seu já não são
mais o mesmo.
Com ele vou aprendendo
a calar a voz, a contemplar o silêncio, a deixar a música invadir o corpo
e a alma. Ensinou-me a gostar da cama, do sono e da preguiça e a me comportar um
pouco como "gata". Logo eu que sempre tive um temperamento mais para cachorros.
Contou-me sobre a
importância de espreguiçar até esticar o último músculo do corpo. Ensinou yôga,
meditação e intuição. Já me contou sobre espíritos, mistérios e os vazios.
Mostrou-me sobre a importância de se deixar acalentar sem que isso fosse sinal
de fraqueza. Que era preciso baixar a guarda de vez em quando, e ainda assim
não perder a agilidade e a percepção aguçada das coisas e pessoas.
Fez-me experimentar um
pouco do que é responsabilidade, e que muitas vezes, não é necessário falar absolutamente
nada para dizer muita coisa.
Aprendi que a
palavra nem sempre gera entendimento.
Eu sei, eu sei que ele
é apenas um gato de estimação, mas há tanto mais nele que apenas isso. Por isso
ele é o meu Trigóvisky, o amarelo mais amarelo que todos os outros amarelos do
mundo.
Ronronando ao meu lado, percebo que a vida passa tão rápida e a gente
também.
Para o meu precioso
Trigo.
elizpessoa
2 comentários:
ai, que coisa mais linda essa!
amei, cabelo!
:)
Ah, que fofo! Também tenho um gato amarelo. Amor da vida esse meu gato.
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