quinta-feira, 21 de abril de 2011

Laranjeira




Foto: Eliz Pessoa

No sossego dos instantes no mato, em meio aos sons dos passarinhos, na vastidão de um céu imenso e iluminado pelo sol de um dia alegre, folgado, sem obrigações cotidianas, a vida se alimenta dos dias, horas, segundos que dançam livremente sobre os dedos, sapateando teclados de computador.

O interior e a capital juntos no mesmo lugar, na mesma estação, ressecado por idéias distorcidas, quando o ato da escrita manifesta-se intensamente sobre os meus anseios... Compulsivamente redijo um novo parágrafo, atropelando o tempo que não existe somente aqui.

É dia claro e o pé de laranja está carregado de novidades, folhas caídas sobre a grama, flores anunciam frutos que viram no tempo seguinte, e a vida planta na gente novos horizontes, outros dias e uma infinidade de coisas.

Um livro espera pacientemente os desenhos que irão alegrá-lo, sobre papéis coloridos de uma história infantil, e a menina dos gatos, também tem tempo de repensar as coisas.

Caberiam outras histórias e algumas metamorfoses, muitas vezes não vista sobre outras óticas recolhidas, que também co-existe em nós.

Haveria acertos nas coisas ditas e no inusitado lusitano?

Algumas cartas aguardam seus destinos longínquos: Itália, São Paulo, Alemanha, Espanha, Casimiro de Abreu e muitas palavras gastam-se na existência desses rabiscos.

Quais histórias seriam contadas aos amigos de lá? E quais vivências reformuladas caberiam na vida de cada um deles? Mas, em noites de lua clara, a imaginação se expande sobre as vontades do corpo e dos felinos no cio, animais afoitos, mistura da massa, inquietação na gente.

Num dia ainda claro, continuo pensando em tudo isso.


Eliz Pessoa

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