terça-feira, 19 de abril de 2011

Gradativamente



Foto de R de Rien (Fonte: Olhares.com)


No Brasil muitos sons se misturam com outras sensações dilatadas poro a poro dentro da gente.

Na metamorfose do tempo, a vida se expande sobre muitos apelos, que não cabem somente numa estrofe, num único verso ao avesso de nosso desalento.

Literalmente nos encontramos em frases soltas, nos rabiscos prósperos, feitos para o dia seguinte, nas tantas verdades cantaroladas pelas cigarras agarradas em árvores de sua estação mais passageira.

Pacientemente o tempo se vinga de tudo, transforma a nossa sensibilidade, nos oferecendo novos temores e outros propósitos que não se encaixam apenas em estantes abarrotadas de livros desencantados com a nossa falta de tempo ou por outras desculpas, culpadas, no fardo das linhas que se desequilibram gradativamente, dia a dia.

Eliz Pessoa

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