
Foto tirada da Galeria de Patrícia Carmo (internet)
Depois que voltei de viagem, uma pena invadiu meu sistema, confundindo as sensações menos remotas daqui de dentro. Meu mundo rodopiou e as coisas que antes faziam sentido, perderam-se num piscar de olhos descuidados. A cidade de antes, as pessoas, relações, a segurança e outras palavras. Mutuamente meu mundo de dentro não ouvia mais os sons com os quais me identificasse e as pessoas em minha volta, perceberam o extraviou. Nessa correria, entendi que o tempo escorre sutilmente de nossas vidas e por essa razão é que não me cabe mais podar-me cotidianamente, como se eu não existisse em mim. Meu lugar de trabalho não é mais na coxia, do contrário, está no mundo, nas outras pessoas e arquiteta na artimanha das coisas. É pra fora que o Sol me alcança por inteiro, sem piedade de minhas retinas. Se houver o nascimento de um texto é para levá-lo além do sossego de meus cadernos. Meu sorriso deve exibir-se para além da imagem refletida no espelho lá de casa, livre para outras faces. Não há mais espaços para boicotes pessoais. O mundo é minha morada e nele meu palco se abre inteiro. Entrego-me as viagens desta vida e insinuo atrevidamente ao tempo que me espera, sem receios, sem obstáculos àquilo que me alimenta.
E assim a existência que me experimenta agora, se fará inteiramente feliz na absoluta certeza de que todo o processo “sevaleudeapena” sem pena de nós.
eliz pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário