A paisagem ainda rabisca pensamentos em mim.
Um minuto da hora matinal prestigia sensações infindas, quando as cores do outono colorem um quadro da cidade.
Por um triz o asfalto sentencia momentos, de um passo a outro sobre as linhas brancas de uma faixa transitada de respeito, onde o tênis pede passagem e a cabeça de um ser pensante esvai-se de idéias, depois que os olhos contemplam o céu azul tão vasto desta cidade.
Maledicências não cabem nos ouvidos de uma esquina silenciosa, contra toda a malemolência dos dias.
Um atalho, outra busca meios e afins que não findam sentimentos, não calam versos e não amenizam imagens no escanteio das calçadas.
A rua se mostra inteira, revela-se na distância de olhares, na passagem de gente, na atmosfera dos ares, tão áridos que as narinas reclamam a invasão.
Ando reconstruindo-me, tecendo cores nos caminhos. Por um triz, um giz, parafusando paráfrases, catando palavras no dicionário, resplandecendo indecências.
Ando por aí difusa, mapeando sensações, fraseando fragmentos.
Mas eu não sou sozinha, pois só me construo do que se destrói em mim. Toda espécie de palavra, em toda desconstrução desgovernada por uma experiência praticada.
Sou, quando disso me esqueço, poesia retorcida, fragmento de tudo que passa.
Alegria miscigenada, depois da casa vazia, após a noite varada.
Todos os torpores e tropeços, incansáveis recomeços, todas as unhas pintadas.
Ah, mas os meninos e o futebol nas quadras...
eliz
2 comentários:
Lua aqui, líquida.
As nuvens se dissolvem no mar enquanto as ondas explodem no céu.
Beijos, linda fELIZ!
Coisas suas, momentos bons que a gente consegue enxergar sem ter vivido.
O sol tá daquele jeito, parece frio, vc poetizaria-o pra mim hoje?
Amo-te!
Cabeça
Postar um comentário