Esta altura do sonho, estava em Porto Alegre, em terras do rio grande. As últimas noites, quase todas elas, tenho estado no Rio, seja andando de ônibus, seja aos pés do Redentor. O fato é que acordei com os gemidos excitados de meus vizinhos. Ou melhor, meu vizinho e a sua namorada. Ou será ficante, amante, vai saber.
Era um tal de "ai", "ui", de respirações ofegantes, de um entra e saí que dava pra imaginar. Uma sonoridade toda seguida de batidas nas paredes, pausas sensuais e loucuras aceleradas de outros ritmos e sons.
Era um tal de "ai", "ui", de respirações ofegantes, de um entra e saí que dava pra imaginar. Uma sonoridade toda seguida de batidas nas paredes, pausas sensuais e loucuras aceleradas de outros ritmos e sons.
Depois de "ais", "uis" acompanhados pelo o som do nome do sujeito-vizinho, eu, já encontrava-me em pé-de-torcida para que o famoso ápice, a explosão de prazer, o gozo ejaculado de tesão ecoa-se dentro de cada um deles. Meio curiosa com a sonoridade do momento, um tanto quanto aborrecida pela roubada, por terem me tirado da viagem a capital gaúcha, quando eu ia bater pernas no centro da cidade.
Não teve jeito, levantei e resolvi colocar no papel a roubada que levou me sono embora.
Não teve jeito, levantei e resolvi colocar no papel a roubada que levou me sono embora.
Interessante é observar quando o instinto vence algumas nuances da relação. Ou seria ralação?
O casa, anda ultimamente em pé de guerra, daqueles em que a moça se despeja apaixonada, assumindo todos os riscos de se despir assim, enquanto o sujeito se mostra aparentemente indiferente, fora à hora do ato, é claro. Diz que é interessante a companhia dela, quando não diz nada, desconversando um Blues da Piedade.
É óbvio que esta mesma piedade padece até que as roupas caiam e os sinais endureçam diante do ser chamado mulher.
É óbvio que esta mesma piedade padece até que as roupas caiam e os sinais endureçam diante do ser chamado mulher.
De fora, fico cá pensando, a feminina alma da história é daquelas ciumentas, investigadora dos passos do sujeito-paciente de “ego-duro”. Proclama essas inseguranças todas, se assume assim, implora, corre atrás, consegue momentos de intimidade, muitas vezes pequenos diante a sede que ela tem em frente ao mar.
Ele, homem-instinto, solteiro e dono de seu território alugado aproveita dessas mazelas ou este pedaço de paraíso disfarçado de Eva, pra deleite de suas entranhas, de seu ego de macho que veio pra provar que pode, que da conta e que se há algo que não nega jamais, ainda que socialmente enrustido nas conversas de mesas de bares de hormônio masculino, é fogo. Incêndio mesmo, daqueles que nem bombeiro em plena atividade apaga.
Bom, poderia até pensar em pobre moça gostosa e ciumenta, mas esta hora, com esses gemidos todos, não consigo achar tão pobrezinha assim. Afinal de contas, nada como algumas toxinas liberadas, endorfina correndo nas veias, pele macia no dia seguinte, sorriso de satisfação não rosto, ainda que momentânea e aquela glória toda que só o sexo liberta no indivíduo. O único risco é o dia seguinte, onde a alma feminina, neste caso apaixonada, vai poetizar, desejando com todo poder de seu útero, mais uma dose temperada de sentimento, sexo, drogas e Rock’n Roll.
E ele “coitado” que só queria um ato no ato, com alguém que ele não precisasse pagar, alguém envolvido o mínimo suficiente para afagá-lo, colo de mulher, carícias carecidas de feminilidade e por fim o gozo oriental, nada tântrico, "sânscrito". Simples, como deveria ser, mas não é. Até que o ato os separe.
Sexo sexo é bom pra "caralho", não é à toa que seguimos tão bem à risca o sábio conselho do "crescei e multiplicai-vos".
Fico pensando numa pessoa mais imaginativas, ficaria como uma partida de futebol onde o atacante, depois de percorrer todo o campo, driblar adversidades, vencer adversários, outros até mais craques que ele e chegar com a bola em frente ao goleiro, insinuar um chute pra esquerda, ameaçar pela direita, brincando com o reflexo do outro, chutar por cima e acertar em cheio, balançando a rede do gol.
04h: 01min - Bom, vou tentar voltar à viagem ao sul, mas topo qualquer outra parada neste território chamado Brasil, sem mais torcidas para o gooolll, daqueles em domingo de clássico no Maráca.
Mas agora eu só preciso dormir e nada mais.
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