De repente é como se eu me percebesse nas curvas das esquinas cariocas.
A roda de choro vem e invade meus poros, a malícia de meus tímpanos, a essência de minha alma.
Jacob do Bandolim em "Jamais" inspira-me gentilezas. "As pessoas não sabem o que tocam na gente".
Lembranças de seu Clésio, o pandeiro nas mãos de uma morena Marina, os senhores nostálgicos de minha noite boêmia, a caneta que desliza no papel quando um outro senhor, cheio de lembranças, enche os olhos de saudades e pedi pra tocarem: "naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim", trazendo de volta a idéia do filho que partiu há vinte anos. Depois de fazer cócegas em minha emoção, hoje tão delicada.
O chorinho sauviza todas as indiferenças do dia. E todos temos nossos motivos para tantos outros moinhos...
Agora só quero saudades de Drummond em "copa", da Marlegria, das prosas de amigos, das noites vividas e das vozes de todos que aqui cantam.
De todos que aqui estão e já são saudades em mim.
Um comentário:
Ah, menina linda!
Vem pra cá, vamos sair por aí, visitar o Drummond,
contemplar o mar.
Vem curar tuas ressacs de sono, de sambas, de amores vãos.
Vem que tem marlabraço.
E sol com brisa fresca.
Já é outono.
Já é dia seguinte.
Já, já, mais ameno.
Depois, tudo tão intenso novamente.
E a vida segue.
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