segunda-feira, 27 de maio de 2013

Por um minuto de silêncio



                              (Fonte da Imagem: http://artisticagiu.arteblog.com.br/r31751/Desenhos/)



Acordar, lidar comigo e com as inquietações desnecessárias da noite que passou e passar também.  Era pra dormir até mais tarde, para consumir o tempo da manhã de domingo sem pensar em muita coisa. Mas não deu. Acordei cedo demais por conta de um som de rave martelando nos ouvidos enquanto a madrugada se estendia.

Aí a gente levanta cedo, toma um café sem graça, um banho libertador e consegue assim sentir a energia renovada do dia. Depois se deleita escutando música de vários estilos e se perde ouvindo alguns jogos de vozes que não consegue alcançar, diga-se: ainda. Exercito os olhos nas letras em Inglês para tentar abrir os ouvidos para este novo universo.

Sei lá. Nem sempre é fácil manter o humor diante de si mesmo e de expectativas que lançamos sobre a vida. Por essa mesma razão é que freio minhas insatisfações, e tento desmontar o cabeçalho de um expectador.
Nunca gostei de impor a minha soberania (se é que ela existe) sobre as pessoas, e neste ano, mais que antes, exercitei o entendimento sobre essa democracia, esse estado laico, que nos permite, não com tanta expansão, que sejamos livres para pensarmos. Não é por que eu penso assim, que os outros não tenham o direito de pensar assado. Pessoas pensam e pronto. Algumas não se permitem nem isso, ou pensam com o pensamento dos grandes meios de comunicação. Mas até essas, tem esse “direito”, se assim posso dizer.

O que ainda estou querendo dizer, é que você pode pensar o que bem entender sobre mim, sobre o mundo, isso não importa de fato, por que somente eu sei de mim. Por exemplo: sujeito chega para fulana e fala que ela é gorda demais e que tinha que fazer algo para emagrecer. Ok, ok! Essa é a opinião do outro, que esta exercendo o direito de ter uma opinião, ainda que banal. Agora estar ou ser gorda demais é um problema único e exclusivo da moça. Se for incomodar alguém, que seja a ela mesma. Se for para mudar, será por que ela assim o deseja. Senão a gente cai naquela mesmice dos estereótipos e conceitos do olhar que a sociedade lança sobre o comum. O problema nisso tudo é que a gente acaba utilizando o que fizeram com a gente, nos outros e assim seguimos nos repetindo sem um pingo de razão que justifique nossas atitudes.

Ando assim, repensando cada ação, cada prática diária, e ainda assim errando muito.

Outro dia, pegando carona com dois amigos, fiquei no meio de um fogo cruzado entre os dois. Briga besta, sem importância. Como reagi? Reagi no vazio. Calei-me, como se não estivesse dentro do carro, por que foi assim que me trataram, como seu eu não estivesse ali, ou pior, fosse o público daquela discussão infundada. Ou corrigindo, foi assim que eu mês senti em relação aquilo. Nem acho que me trataram assim de fato, por que estavam tão envolvidos em discutir com eram os donos da razão. Calada estive calada saí do carro. E no silêncio dessa ação, percebi que não havia um ponto de equilíbrio naquela briga, e que se alguém em algum momento teve a razão, quando a discussão virou o foco, perdeu a tal. Por isso quem tem horas que é melhor deixar “que digam que pensem que falem”. As pessoas estão aqui pra interagir, trocar e acima de tudo expressarem-se, embora eu preferisse aprender um pouco mais sobre o silêncio, virar aquela melhor ouvinte que alguém poderia ter, sem ser a psicóloga, sem ficar julgando, sem ter a receita de bolo para o problema do outro. Mas resolveria assim, muitos problemas meus: ouvindo, ouvindo e ouvindo sempre, até cansar.



elizpessoa

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