(Fonte da Imagem: http://artisticagiu.arteblog.com.br/r31751/Desenhos/)
Acordar,
lidar comigo e com as inquietações desnecessárias da noite que passou e passar
também. Era pra dormir até mais tarde,
para consumir o tempo da manhã de domingo sem pensar em muita coisa. Mas não
deu. Acordei cedo demais por conta de um som de rave martelando nos ouvidos enquanto a madrugada se estendia.
Aí
a gente levanta cedo, toma um café sem graça, um banho libertador e consegue
assim sentir a energia renovada do dia. Depois se deleita escutando música de
vários estilos e se perde ouvindo alguns jogos de vozes que não consegue
alcançar, diga-se: ainda. Exercito os olhos nas letras em Inglês para tentar
abrir os ouvidos para este novo universo.
Sei
lá. Nem sempre é fácil manter o humor diante de si mesmo e de expectativas que
lançamos sobre a vida. Por essa mesma razão é que freio minhas insatisfações, e
tento desmontar o cabeçalho de um expectador.
Nunca
gostei de impor a minha soberania (se é que ela existe) sobre as pessoas, e neste
ano, mais que antes, exercitei o entendimento sobre essa democracia, esse
estado laico, que nos permite, não com tanta expansão, que sejamos livres para
pensarmos. Não é por que eu penso assim, que os outros não tenham o direito de
pensar assado. Pessoas pensam e pronto. Algumas não se permitem nem isso, ou
pensam com o pensamento dos grandes meios de comunicação. Mas até essas, tem
esse “direito”, se assim posso dizer.
O
que ainda estou querendo dizer, é que você pode pensar o que bem entender sobre
mim, sobre o mundo, isso não importa de fato, por que somente eu sei de mim.
Por exemplo: sujeito chega para fulana e fala que ela é gorda demais e que tinha
que fazer algo para emagrecer. Ok, ok! Essa é a opinião do outro, que esta
exercendo o direito de ter uma opinião, ainda que banal. Agora estar ou ser
gorda demais é um problema único e exclusivo da moça. Se for incomodar alguém,
que seja a ela mesma. Se for para mudar, será por que ela assim o deseja. Senão
a gente cai naquela mesmice dos estereótipos e conceitos do olhar que a
sociedade lança sobre o comum. O problema nisso tudo é que a gente acaba
utilizando o que fizeram com a gente, nos outros e assim seguimos nos repetindo
sem um pingo de razão que justifique nossas atitudes.
Ando
assim, repensando cada ação, cada prática diária, e ainda assim errando muito.
Outro
dia, pegando carona com dois amigos, fiquei no meio de um fogo cruzado entre os
dois. Briga besta, sem importância. Como reagi? Reagi no vazio. Calei-me, como
se não estivesse dentro do carro, por que foi assim que me trataram, como seu
eu não estivesse ali, ou pior, fosse o público daquela discussão infundada. Ou
corrigindo, foi assim que eu mês senti em relação aquilo. Nem acho que me
trataram assim de fato, por que estavam tão envolvidos em discutir com eram os
donos da razão. Calada estive calada saí do carro. E no silêncio dessa ação,
percebi que não havia um ponto de equilíbrio naquela briga, e que se alguém em algum
momento teve a razão, quando a discussão virou o foco, perdeu a tal. Por isso
quem tem horas que é melhor deixar “que digam que pensem que falem”. As pessoas
estão aqui pra interagir, trocar e acima de tudo expressarem-se, embora eu preferisse
aprender um pouco mais sobre o silêncio, virar aquela melhor ouvinte que alguém
poderia ter, sem ser a psicóloga, sem ficar julgando, sem ter a receita de bolo
para o problema do outro. Mas resolveria assim, muitos problemas meus: ouvindo,
ouvindo e ouvindo sempre, até cansar.
elizpessoa
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