segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sobre o muito que pensa em mim



                                                       (Imagem: Tempestade de Idéias - Brain Storm)




Estamos todos, ou grande parte de nós, viciados em celulares, ipod e similares. Não bastasse perdermos grande parte de nosso tempo em frente à tela do computador por questões de sobrevivência, agora o levamos para passear conosco pelas ruas, metrôs, ônibus, cinemas, festas e tal. O problema é que esses aparelhos não conseguem usufruir do passeio, da festa, do encontro com os amigos, porque ele não foi dotado de humanidade como nós. E nós, desperdiçamos o passeio, a festa, o encontro com os amigos, etc. e tal, porque não conseguimos desconectar a vista viciada às telas que dão acesso ao mundo virtual.  Nos distraímos da vida com as novas tecnologias, num mundo acessado pelo atalho das teclas touch screen, consumindo o tempo escasso da gente.

Posso falar sobre esse assunto com propriedade e conhecimento de causa. E é justamente por essa causa toda que tenho buscado me policiar nesse sentido. Arrisco um olhar crítico sobre minhas ações desavisadas, para não deixar que ela predomine sobre o dia, que, em tese, deveria ser meu e não da tecnologia transportada num pequeno aparelho, cheio de ondas invisíveis e poderosas sobre a saúde.

Sabemos que é muita sedução para um uso mal apropriado desses recursos. A falta de direcionamento quando tratamos de internet, pode até provocar aqui, um stress elevado ao cubo. Ainda mais para mentes congestionadas de pensamentos desgovernados e impulsivos.

Quem nunca arriscou a prática da meditação jamais entenderá isso. Silenciar o pensamento é um exercício difícil, chega a parecer impossível em dado momento. Mas não o é. Eu mesma nunca silenciei tudo o que passa pela minha cabeça meditando, mas com o tempo, fui aprendendo a diminuir o excesso de ideais, até porque grande parte do que pensamos não vale muito de fato. Dentro da minha cabeça cheia existem mil pensamentos. E dentro de cada um de nós, quantos milhões pensam ali?

O que de fato é nosso em essência quando das ideias experimentamos? Qual parte de nós, não é só feita de ideias? Não há porque multiplicar tanta bobagem, ainda mais levando em consideração que essa vida é curta e passageira e que o tempo esvai-se num piscar de segundo não vivido.

Por essa razão, o celular conectado, a TV conectada, as rádios conectadas, as pessoas "conectadas", o mundo num instante conectados, não nos torna seres tranquilos. Por isso a luz no calor desligada e a cabeça desconectada um pouquinho que seja, nos empresta um pouco de paz e serenidade, ainda que seja para tentar não pensar em nada, enquanto o mundo segue indiferente.

Ainda é possível voltar-se pra si mesmo, num instante precioso de tempo.


elizpessoa  

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