(Imagem: Tempestade de Idéias - Brain Storm)
Estamos todos, ou grande parte de
nós, viciados em celulares, ipod e similares. Não bastasse perdermos grande
parte de nosso tempo em frente à tela do computador por questões de sobrevivência,
agora o levamos para passear conosco pelas ruas, metrôs, ônibus,
cinemas, festas e tal. O problema é que esses aparelhos não conseguem usufruir do passeio, da festa, do encontro com os amigos, porque ele não foi dotado de
humanidade como nós. E nós, desperdiçamos o passeio, a festa, o encontro com os
amigos, etc. e tal, porque não conseguimos desconectar a vista viciada às telas
que dão acesso ao mundo virtual. Nos distraímos da vida com as novas
tecnologias, num mundo acessado pelo atalho das teclas touch screen,
consumindo o tempo escasso da gente.
Posso falar sobre esse assunto com
propriedade e conhecimento de causa. E é justamente por essa causa toda que
tenho buscado me policiar nesse sentido. Arrisco um olhar crítico
sobre minhas ações desavisadas, para não deixar que ela predomine sobre o dia,
que, em tese, deveria ser meu e não da tecnologia transportada num pequeno
aparelho, cheio de ondas invisíveis e poderosas sobre a saúde.
Sabemos que é muita sedução para um
uso mal apropriado desses recursos. A falta de direcionamento quando tratamos
de internet, pode até provocar aqui, um stress elevado ao cubo. Ainda mais para
mentes congestionadas de pensamentos desgovernados e impulsivos.
Quem nunca arriscou a prática da
meditação jamais entenderá isso. Silenciar o pensamento é um exercício difícil,
chega a parecer impossível em dado momento. Mas não o é. Eu mesma nunca
silenciei tudo o que passa pela minha cabeça meditando, mas com o tempo, fui
aprendendo a diminuir o excesso de ideais, até porque grande parte do que
pensamos não vale muito de fato. Dentro da minha cabeça cheia existem mil
pensamentos. E dentro de cada um de nós, quantos milhões pensam ali?
O que de fato é nosso em essência
quando das ideias experimentamos? Qual parte de nós, não é só feita de ideias?
Não há porque multiplicar tanta bobagem, ainda mais levando em consideração que
essa vida é curta e passageira e que o tempo esvai-se num piscar de segundo não
vivido.
Por essa razão, o celular conectado,
a TV conectada, as rádios conectadas, as pessoas "conectadas", o
mundo num instante conectados, não nos torna seres tranquilos. Por isso a luz
no calor desligada e a cabeça desconectada um pouquinho que seja, nos empresta
um pouco de paz e serenidade, ainda que seja para tentar não pensar em nada,
enquanto o mundo segue indiferente.
Ainda é possível voltar-se pra si mesmo, num instante precioso de tempo.
elizpessoa
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