quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Eu sou de Oxóssi

É essa sensação cravada nos rascunhos do peito, quando todo "controle" se expande no decorrer dos dias, causando impressões ligeiras de traquilidade.
Tudo parece amortecido pelos atalhos da lida.

Mas o tempo, também nos engana virando páginas mais páginas dos dias. Reencontrando tardias vontades como se elas nunca houvessem transcorrido.

E respeito cada uso da palavra, cada estrela vaga, cada vírgula que tropeça o caminho.

Depois não há mais nada, pois não entendo mais nada e perco a sábia ignorânia do desconhecido, lançado aos braços da vida - roda de ciclos, imperfeitas purificações nas muitas ondas do salgadas do Atlântico, onde os olhos recordam saudades...

Mentalizo e ofereço uma oração à rosa recolhida pelos braços do mar.

Mas eu sou de Oxóssi, da caça e fartura "caçadora de uma flecha só" de São Sebastião do meu Rio de Janeiro, São Jorge de um coração guerreira. Por isso mesmo, não me canso e não me deixo nas argruras do peito.

Sou da luta, mesmo quando a poesia se derrama nas escadas da calçada, ainda quando tudo parece rendido nos vastos sorrisos de mentes cansadas.
E arrisco um risco novo, transformo o caminho e me rendo quando a noite cala.

Há tanta vida na gente e a gente se esquece disso...

: : eliz ::

foto: Rui Pedro Santos Duarte

Um comentário:

Bianca Garcia disse...

É, e dizem por aí que há tanto vazio... Se existe algo que de nós escapa é porque já existe também um excesso dentro.
Sensível vc... Amei, Cabelo!


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