quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sobre a chuva



                                                                                 (Foto: Google Imagens)



Choveu por toda a cidade e ela amanheceu úmida e indiferente.
Nublou sobre os pensamentos daqueles que amanheceram sós em si mesmo.
Outros griparam mediante os tons acinzentados lá de fora.

Não houve mais aquele sentimento confuso, disperso sobre tudo que muda.

Sobre o tempo do tempo todo.

Choveu por toda a cidade, enquanto o teclado seguia seu destino compulsivo em redigir alguma coisa sem pretexto aparente.

Uma ideia expandiu-se na cabeça do indivíduo que escrevia, e ele não sabia por que tanto exercia essa mania.

Choveu sobre a roseira de um jardim qualquer, enquanto um senhor tinha os olhos molhados pela dor e alguns guarda-chuvas resistiam bravamente à força dos ventos de Iansã.

A cidade ficou muda e lavada enquanto se vivia.

Choveu, enquanto eu dormia.


elizpessoa

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