terça-feira, 3 de maio de 2011




Foto Eliz Pessoa



Ta bem escuro aqui agora, e depois de uma breve meditação, os ânimos pedem sossego e um pouco de distância das coisas da gente.

Esse escurinho aconchegante guardando o silêncio e a escolha de uma música, para quebrar este mesmo silêncio.

Essa eterna dúvida armazenada nas coisas, e um pouco de uma vontade gasta em si mesma. Caminhando por aí, fica fácil perceber as coisas dos outros. O mundo que nos circunda, as folhas caídas do outono, o friozinho amanhecido nesta manhã, as nuvens carrancudas no céu da cidade, o velho caminhar do tempo, lento e conformado, a agitada fala da adolescência, o basquete dos meninos que crescem rapidamente sobre os olhos de seus pais, as escolas, o trabalho, a casa, os outros, e o nada no meio de tudo isso.

Hoje foi um dia desses, onde as coisas não se contam por inteiras... ficam ali, aguardando os ajustes da vida e os desajustes da alma.


Eliz Pessoa

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