quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

No entardecer da cidade, o céu é colorido em giz de cera.
Nada até aqui escapa a rotina dos dias e facilmente se percebe o olhar anestesiado da grande maioria, embora a vida se renove diariamente.

Haveria tempo de enxergar o novo, mesmo quando as coisas só parecem envelhecer com a gente. E por um segundo, quantos milagres acontecem sem que saibamos?

Penso em cada leitura de poesia... o tempo é dela. Tempo de arrancá-la ainda que à força de si mesmo.
É urgente a poesia do escape, algo que nos dê outro sentido, outro olhar, uma sensação perdida na correria dos dias, esquecida na pressa da vida, que não se vive.

Tempo este de se encontrar no caos em que vivemos.
Descobrir um mar dentro da gente e fugir pra alguma praia habitada ali.
O que é a vida, senão essa frágil insegurança sobre o tempo do existir.


elizpessoa

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