Deixado de lado num canto da
casa, morava um violão descontente por não ser mais tocado. Era preciso
dedilha-lo lentamente por dedos destreinados, e experimentar de novo aquela coisa nova que dá na gente. E no outro - alto da estante - uma
canetinha secara por falta desses mesmos dedos que a deslizavam sobre os espaços
brancos do papel. Era tempo de viver as coisas realmente úteis: uma música, outra
palavra, um tempo, alguma coisa dilacerada em algum canto da alma, uma oração, outro
agradecimento, uma semente, outras vontades e uns detalhes soltos por aí,
aqueles que a vida nos empresta, depois pede de volta.
Quase sempre é assim,
quase sempre sobra espaço para reinventar a vida da gente. É só querer.
elizpessoa
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