quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Você
Eu não tenho tempo pra suas esquisitices, nem pras teus atropelos e mudanças de luas, pra tua bipolaridade, pra sua psicose, ou para os teus devaneios de ir a um tempo que não existe aqui. Você se perdeu de si mesmo e eu de fato não tenho nada haver com a tua experiência, nem ao menos com as tuas fraquezas indelicadas quando me procuras, conhecendo meu sentimento.
Eu não tenho mais tempo pra te entender, nem pra cuidar desse entendimento, porque a bem da verdade o tempo esvaiu-se de mim. E eu compreendo todo o processo e não acredito mais nas tuas verdades fantasiadas de mentiras.
Eu me cansei do teu desprezo absolutamente desnecessário. E você bem sabe que eles vêem de você pra você mesmo. A nossa vida é bem curta pra mazelas miúdas, pra ingratidões cegas, ou ainda, para que eu me cale novamente diante aos fatos ignorados pelos outros.
Não sou eu a pessoa certa pra pedir para que você cuide mais da tua cabeça e tenha a certeza, que ninguém será. Se você não consegue enxergar o amor, a dor, a perda, o tempo ou ainda, se colocar ao menos um pouquinho na pele alheia, você jamais conseguirá entender alguém, ou pensar em como seria se estivesse do outro lado da linha. Como se sentiria a ardência alheia? Porque isso não resolve o problema, mas ajuda a cuidar para que o mesmo não piore as relações entre os seres. Porque a vida não é feita só do agora, ele vai muito além disso.
Mas eu precisei viver cada detalhe daquelas circunstâncias e sentir na carne, nos olhos, na seiva, na língua, nas muitas palavras jogadas ao nada, ao vazio do outro ser. E não te cobro mais nada, nem os centavos de tempo experimentado aí. Você deve saber o que faz com as coisas, que não são (se atente a isso!) pessoas, nem quando a gramática dita um substantivo pra regra.
Espero que você não tenha tempo hábil pra esquecer. E não espero mais nada de sua miséria, que não me servem de sustento, não me alimentam a beleza, nem me agracia a alma. Eu me liberto e lhe agradeço profundamente por essa oportunidade de te esquecer. Você quer assim, você pede que assim seja você em você e mais nada. Porque você se basta, até ficar sozinho com tuas questões e não agüentar mais um segundo em si. Procurando pelas outras vertentes de sua solidão.
Você não tem culpa por nada. Ninguém tem. Mas uma vírgula nos serviu como uma pedra no caminho, e eu caí cegamente com um ser nivelado em sentimentos. E não se preocupe com isso também, porque aprendi a racionalizar o que me incomoda e me questionar: de onde vêem tudo isso? E quando não encontro respostas práticas, experimento a visita dos ventos. E ele sempre me encontra nas mudanças, nos vozes de Iansã ecoadas na cidade. E embora o tempo seja o mestre das respostas, a entrega aos mistérios dele é o maior exercício feito agora.
Ninguém é melhor ou pior que ninguém. Somos todos, a mesma merda calcificada em nós mesmos. E não pense você, que eu me ponho no pior lugar do triângulo. Porque ninguém consegue construir felicidade, sobre a infelicidade do outro. Tudo está interligado o tempo todo e você já devia ter aprendido esta parte.
Mas partindo do princípio que, caberia agora, um minuto de tua indiferença na idéia fixa de tua lembrança, para me fazer aprender o que de melhor há em mim, além dos fatos, eu me aceito por inteira e sou grata a tua experiência (f) eliz.
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