quarta-feira, 4 de julho de 2007

Quando ecoa uma voz nas ondas sonoras de uma virtualidade impalpável, algo aqui se inquieta diante do dia corrido, como os detalhes transcorridos na passarela de algumas ruas.

Tão ligeiro e devastador são os ponteiros do relógio contra todos nós.

A vida pede passagem e passa com ela.

Outro dia, sujeitos “mulambentos” lambendo asfaltos aquecidos pelos raios de uma manhã comum, semáforos sinalizam inércia. A praça, símbolo do índio morto em meados de sua data, enquanto jornais exibem crimes com desculpas que esfarrapam domésticas, que bem poderiam ser “putas” nos pontos de ônibus do Leblon, ou mendigos que “amenizem” os fatos escarrados na língua – álibes de alguns.

Muitas questões, envolta à tudo isso..

No ato, coisas derradeiras como às folhas do jornal de ontem, servindo de cama para o homem de hoje. Os passos não amenizam muitas coisas, quando os olhos vagam pela cidade, afoitos por outras realidades.

Mas a músicas insiste em tocar e dar ar, a graça dos ouvidos, em meio ao trampo, por entre pensamentos que passeiam pelas cortinas de nossa consciência.

E aqui dentro, plantas crescem afoitas por luz, assim como os fios do couro cabeludo, como o calor após o frio, sobre a extremidade da pele, como as idéias de um texto alheios a outras verdades, vorazes como a fome corroendo o estômago de um faminto.

Insaciados seguem, na sede de uma ação nova, na folhas viradas de um próximo capítulo do livro relido, nas imagens de uma exposição fotografadas por outra vertente - apurada sensação. Pelas várias possibilidades de um artista, na arte de viver cada dia, como a única verdade plausível, presente.



:: eliz ::

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