sábado, 23 de junho de 2007

Porque te imagino em sensações maliciosas,
na essência que só tua pele exala
e nos rabiscos que teu rosto desenha.

Porque sou capaz do silêncio quando te penso
e calo-te no vazio da noite.

Porque sou memórias de tua ausência,
encontrando-me no abismo seu,
sem perdas ou caminhos.

No aconchego de tua presença,
na imensidão de suas costas,
quando nelas me deito.
E nos diversos versos bebidos após as noites de festas.
Varados diálogos trocados nas madrugadas.
Conversas abertas, risos infindos
depois que a noite nos encontra,
nos encontro de nós.

Quando a língua inquieta-se
buscando caminhos salgados em ti.

Apelos dos pêlos nos poros melados
de sensações escorregadias,
confundidas com ares de envolvimento.

Porque sou o silêncio ensurdecedor,
a sensualidade de nossos desejos,
na inquietude de minha liberdade,
na 'prisão' de um sentimento,
simplesmente,

porque moras em mim.

eliz

Um comentário:

Marla de Queiroz disse...

O que a poesia causa, né?
Poetas cometem poesia.
Silêncio desenhado em papel crepom, roxo, por causa da saudade.
E, se não há qualquer movimento ao encontro, ainda escrevemos cartas que vão por nós, procurar aqueles laços.

Um dos teus poemas mais lindos, este.

Beijos, Flor.