quarta-feira, 20 de junho de 2007

Pela janela lateral, paisagem de fora o movimento pede passagem, num furo de observação o olhar assimila gestos novatos, quando a babá, sentada na base do bloco, oferece a pele macia do bebê aos primeiros raios de sol do dia. Movimento perene.

O senhor de barriga dura e redonda caminha pela quadra, resquícios de militar.
Nas bancas, capas de revistas – militância política. Um segundo de novos-noves-ventos assanham a cabeleira na rua.

Meninos movimentam músculos na barra, crise de abstinência, transações de ações diárias e muitos partos para novas rupturas, quando se avermelha o sinal, paralisando o movimento dos caros. Atalhos, rabiscos, indiferenças de um homem faminto em meio ao caos social, outros asfaltos, sobre assaltos do tempo tão passageiro, desperdiçando a hora derradeira. Pensamentos censurando o coração, afinidades com horizontes vastos e uma vontade de para o instante e renascer repintando o novo.

As massas movimentam as ruas, como formigas em pleno exercício do preparo, presságios da semana e um gosto pelas imagens furtivas entorpece o sentimento.

Centímetros daqui, retalhos de tudo.

eliz

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