sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Brasília às vezes me causa estranheza... Parece fria, e quando faz frio, isso se evidencia mais.
Hoje ta frio, tão frio que nem os atletas em cooper nas quadras, me dão a impressão de calor humano.

Na altura da nove sul, a graça só desfila no movimento dos carros em plena tesourinha, ou nas conversas dos botecos aquecidos pelo teor alcoólico.

Há muito que andar, mas paro de passos em passos pra redigir o atalho.

A placa anuncia curso de assistência técnica. E quem não precisa de uma?

Esta cidade é muito diferente de tudo, nem os meninos embaixo dos blocos parecem trazer um som novo. E quem disse que o Rock não se perdeu?
Ao menos o vôlei, nas quadras de areia, permaneceu dentro da camisa do Botafogo, que bem poderia ser o Vasco, inalterada.

Por aqui as árvores vestiram-se de lodo, as calçadas formaram tapetes de pés-de-macaco, que senão tomar cuidado... Cuidado!!
As bicicletas estão presas nos pc’s, e só desfilam nas ruas, aposentados e seus dog’s. Muitos poodles. Entre eles, cachorros de apartamentos. O garoto passa com seu violão e a música emaranhada nele.

Caberia um Whisky só para experimentar o torpor que dizem trazer uma onda diferente. Ou ao menos, pra esquentar as sensações entorpecidas pelo dia.

Os hippies ainda me causam miséria e liberdade, quando a poça d’ água anuncia o rosto da moça.

A Pioneira, ainda é da Borracha, as raízes das árvores ainda causam alteração no asfalto e “o pulso ainda pulsa, num corpo que ainda é pouco” nos braços das meninas, que desfilam sacolas de supermercados.

Brasília é tão estranha, tão estranha que falta referência que nos forneça idéias novas.
No novo, já nasce velho.

Falta reboliço e inquietação.
Sobra juízo e imposição.
E nada sufoca mais que a falta de abismo.

Esta cidade anda tão distante de mim e ainda é o centro de tudo.

eliz pessoa
bsb, 14/02-2007

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