quarta-feira, 16 de novembro de 2011



Foto Eliz Pessoa



Nas ladeiras da cobiça e encantos
Nos labirintos resguardados em cada um de nós
Ao som dos tambores e afoxés,
Sob um sol alarmante de todos os santos.
Bem lá onde os encontros são inescapáveis
E os desencontros também.
Cercados de História e fantasmas de um tempo tardio em si mesmo
Onde as horas não têm pressa,
Nem medo do esquecimento.


Onde a ação do verbo paralisasse no gingado de um corpo moreno
Malicioso
Onde os sons desaparecem no padecer de um sorriso
Onde o tempo deixou um recado no bailar das estações

Bem lá
Onde alguém ficou um dia
Resistindo a lembrança teimosa dos fatos
Dos olhos invadindo o pensamento que vai longe daqui.


Onde as cores têm sabores
E a vaidade é apenas um atributo latente do ser.
Onde o mar encanta os pescadores
E os pescadores cantam o mar
Que arrebenta na areia o rebento de um rei.


Onde a música é mais forte que a nota
Onde o dia
A noite
E eu
Tornamos-nos uma coisa só.


Bem além de tudo isso

eliz pessoa

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