terça-feira, 26 de janeiro de 2010

RECIFE




Nem é carnaval ainda e já me balanço na folia afoita de um Pernambuco sem fronteiras.
Recife é assim, o caos, os olhos antenados no descuido do outro, a fome, a lama, a melhor musicalidade aflorada em qualquer esquina, na pele morena do sol nordestino, agressivo, latente, pronto pro desbunde do outro.
Recife entorpece o sentido, provoca humanidade exibida no atendimento de sotaque forte, no aconchego de um povo cheio de festa, substantivado pela agonia do estômago vazio dos homens que comem lagostas em sacolas de plásticos nos lixos da Rua da Moeda, em frente ao Pina de Copacabana, do cheiro forte de caranguejo do mar de dentro da gente.
Recife dos meninos dos rios, do frevo, da maluquice desmedida, da hora repartida, dos Lenines, Science das Nações infindas, de Josué de Castro e Paulo Freire, das multifacetadas influências que emanam de seu povo recifense, desinibidos, felizmente perturbados, gentis de todos os gêneros e revelados em si mesmos.
Se há um Rio correndo dentro de mim, seu nome agora é Capibaribe e Beberibe.
Seu nome é música em ouvidos afoitos, é sede, é sede, é sede...

Salve o Pernambuco!
Salve o BRASIL!

eliz pessoa

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