Daqui de cima, a vida tem outros olhos, exibe outras performances, desnuda-se na areia, encolhe-se miúda, como formigas em pleno transe do trabalho.
Sobre a ótica míope da janela, Copacabana se estende, enquanto o conforto dos hotéis à beira da orla enfatiza um pensamento.
A cidade está nublada e os apartamentos escondem suas casas sobre seus ápices e o mundo gira cotidianamente dando movimento a metamorfose de uma única palavra.
Daqui do trigésimo andar, as sensações são outras e esse nosso Deus de olhos distantes, assiste ao filme de cima, sem pretextos humanitários, e o mar de um dia cinzento, arrebenta ao longe numa praia, agora vazia. Amontoadas casas nascem nos morros e o excesso de altura estremece o equilíbrio das pernas.
Ingênuos nos tornaram, diante da grandiosidade das coisas, e elas, pequenas se tornam diante de nossa ingenuidade. Nesta cidade ainda acreditamos nas verdades, embora muitas vezes elas se camuflem nos corpos dos travestis, travestidos de sensualidade.
Por aqui, a vida prossegue na beleza do mar, na grandiosidade do ser, na capacidade de superar algo traído em nós.
Do alto de muitas idéias, o dia, implícito sobre Copacabana, intrínseco em cada um de nós.
eliz pessoa
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