Foto: Mariah
Porque quando pisei os pés sobre as miudesas de sua morada, um silêncio me colocou em mim. Sem a sua presença irônica, nas manhãs de todos os dias, alguma coisa se perdeu aqui.
E por um instante um eco se fez ouvido nas quinas, esquinas de seu quarto, e a cama não me convidou para ali me deitar e brincar de coisas escondidas.
Porque quando te deixei ali, me esqueci do verso e me perdi na linha.
Depois tentei inventar um café, cortar outra fatia do bolo, e embora os ritos fossem arriscados sobre a mesa coberta de toalha vermelha, nem assim alguma magia se fez presente, apenas a quietude do lugar, a vastidão da lembrança e um texto digitado em tela de computador.
Resisti ao medo do medo, trancada dentro dos quadros do apartamento de janelas fechadas, onde cortinas escondiam os segregos dos vizinhos e a voz Sosa de uma Mercedes vestiu-se de companhia.
Depois de tudo arrisquei outros medos, do espaço, da saudade, da distância do terreno lá fora, da árvore erguida sobre o nada, do rasgo no peito, das nuances da vida, das travessas e do caminho.
Embora não tenha sabido um dia, mas você nunca me tirou o fôlego, não me fez perder o juízo, o tato com o texto, nunca me pos desvairada no caminho, nem mesmo ardendo em dores de febres astrais, nada de desesperos, de cenas descompassadas, nada disso em mim. Nem ao menos te idealizei um dia, não te imaginei em minhas mentiras mais assanhadas, nem desenhei tua face nas verdades mais escondidas.
E por isso mesmo que és muito de minha paz.
Minha criança vive do seu lado e brinca com o menino do seu coração, como se o tempo fosse nossa grande diversão, ainda que saibamos o quanto ele nos custa.
E foi no silêncio que você me encontrou sem dizer nada, e disse tudo.
eliz
Porque quando pisei os pés sobre as miudesas de sua morada, um silêncio me colocou em mim. Sem a sua presença irônica, nas manhãs de todos os dias, alguma coisa se perdeu aqui.
E por um instante um eco se fez ouvido nas quinas, esquinas de seu quarto, e a cama não me convidou para ali me deitar e brincar de coisas escondidas.
Porque quando te deixei ali, me esqueci do verso e me perdi na linha.
Depois tentei inventar um café, cortar outra fatia do bolo, e embora os ritos fossem arriscados sobre a mesa coberta de toalha vermelha, nem assim alguma magia se fez presente, apenas a quietude do lugar, a vastidão da lembrança e um texto digitado em tela de computador.
Resisti ao medo do medo, trancada dentro dos quadros do apartamento de janelas fechadas, onde cortinas escondiam os segregos dos vizinhos e a voz Sosa de uma Mercedes vestiu-se de companhia.
Depois de tudo arrisquei outros medos, do espaço, da saudade, da distância do terreno lá fora, da árvore erguida sobre o nada, do rasgo no peito, das nuances da vida, das travessas e do caminho.
Embora não tenha sabido um dia, mas você nunca me tirou o fôlego, não me fez perder o juízo, o tato com o texto, nunca me pos desvairada no caminho, nem mesmo ardendo em dores de febres astrais, nada de desesperos, de cenas descompassadas, nada disso em mim. Nem ao menos te idealizei um dia, não te imaginei em minhas mentiras mais assanhadas, nem desenhei tua face nas verdades mais escondidas.
E por isso mesmo que és muito de minha paz.
Minha criança vive do seu lado e brinca com o menino do seu coração, como se o tempo fosse nossa grande diversão, ainda que saibamos o quanto ele nos custa.
E foi no silêncio que você me encontrou sem dizer nada, e disse tudo.
eliz
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