sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

V I D A

Foto: Patrik Monteiro

Vida que se expande que se manifesta em andaimes das fachadas dos prédios, no movimento braçal dos homens - o operário da construção - e no olhar observador dos mestres de obras.

Vida que acorda cedo e que caminha nas calçadas, nas patas de cachorros, no cuidar das domésticas. Vida exercício dos dias.

Vida que se sente nas quadras e no movimento da ginástica das “jovens” aposentadas – meninas do tempo.

Vida que transita entre os carros, arriscando-se nos dribles do perigo.

Vida das mochilas carregadas nas costas dos adolescentes, escondidos em agasalhos de frio, até o tardar do meio dia – metade da lida.

Vida fumada nos tragos do cigarro, nos labirintos dos dias, nas muitas horas de interrogações, no prazo limite de pagamento com desconto, nas filas dos postos de saúde, nos autos custos de vida.

Vida que amanhece nos sonos dos mendigos, nos outros cães – latindo nas sacadas de apartamentos, ou ainda nos pássaros presos em gaiolas, contrastando como os assanhados Periquitos que voam em bando de uma árvore a outra desta cidade.

Vida que se segue no abismo de hospitais, sobreviventes do dia.

Vida que nasce na vinda do Pedro de mãe (s) Catarina (s), vida de luz, vinda da vida.

Vida que trabalha na força de braços fortes, que grita na garganta do feirante no centro da feira, vida mês a mês, dia-a-dia.

Vida brotando em todo o canto que vejo, no anoitecer silencioso da noite.
Vida onisciente, onipotente e onipresente.

Vida, ida de tudo que finda.

eliz pessoa

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