terça-feira, 10 de abril de 2012

Em 17 de abril de 2012


(Foto Eliz Pessoa, Rosário, Santa Fé, Argentina)

Em 17 de abril de 2012, uma jovem fará uma pulsão numa glândula qualquer. Outra moça embarcará para Santiago levando consigo a sensação de aperto misturada à liberdade, enquanto outra amiga retorna pra Londres quase que instantaneamente.
Faz calor nos asfaltos da cidade e o tempo desliza rapidamente sobre as linhas de suas mãos, onde tudo está destinado ao amanhã.

Ninguém escapará impunemente sem dizer ao que veio. E aqui dentro muitas cidades vivem plenamente, com suas ruas e esquinas, seus prédios futuristas, suas casas de interior, seus grafites, sua violência, seu calor e seu frio e rios, seus parques, suas línguas – muitas delas pedindo passagem na alma das pessoas. Tudo em pleno movimento.

Um jovem calvo franziu o semblante e tão cedo já parece velho. As tatuagens colorindo a pele de outro homem sentado sobre um banco qualquer o exibem, enquanto ele tenta esquecer-se de si mesmo, deixando de lado suas invenções de si mesmo.
Tão intensamente a paisagem lá de fora, corre sobre o olhar do passageiro omisso, levando consigo algum significado desimportante. Mas o fato é que nem estamos em dezessete de um abril qualquer e as pontuações melhoram etapas das coisas. Seguimos em frente, sob o calor, submetidos ao olhar, observando as pessoas tão impessoais quando se escreve sobre elas.

eliz pessoa

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