
(Foto Eliz Pessoa, Rosário, Santa Fé, Argentina)
Em 17 de abril de 2012, uma jovem fará uma pulsão numa glândula qualquer. Outra moça embarcará para Santiago levando consigo a sensação de aperto misturada à liberdade, enquanto outra amiga retorna pra Londres quase que instantaneamente.
Faz calor nos asfaltos da cidade e o tempo desliza rapidamente sobre as linhas de suas mãos, onde tudo está destinado ao amanhã.
Ninguém escapará impunemente sem dizer ao que veio. E aqui dentro muitas cidades vivem plenamente, com suas ruas e esquinas, seus prédios futuristas, suas casas de interior, seus grafites, sua violência, seu calor e seu frio e rios, seus parques, suas línguas – muitas delas pedindo passagem na alma das pessoas. Tudo em pleno movimento.
Um jovem calvo franziu o semblante e tão cedo já parece velho. As tatuagens colorindo a pele de outro homem sentado sobre um banco qualquer o exibem, enquanto ele tenta esquecer-se de si mesmo, deixando de lado suas invenções de si mesmo.
Tão intensamente a paisagem lá de fora, corre sobre o olhar do passageiro omisso, levando consigo algum significado desimportante. Mas o fato é que nem estamos em dezessete de um abril qualquer e as pontuações melhoram etapas das coisas. Seguimos em frente, sob o calor, submetidos ao olhar, observando as pessoas tão impessoais quando se escreve sobre elas.
eliz pessoa