Passei horas pensando rabiscos, arriscando cartas, decifrando lembranças, descruzando pernas, alinhando pensamentos, esmiuçando arquivos, recortando sensações. Segui, como se algumas coisas estivessem enraizadas na alameda.
Depois de horas a fio, a única certeza despida, foi àquela natural das coisas como elas são.
Fico enfeitiçada pela lembrança torta lá fora, pela agulha e seu dançar nas faixas do vinil, e nas vozes de cantores já mortos, ainda vivos dentro da gente.
É tão fácil perder-se no silêncio e deslizar em horas descosturadas no tempo.
Depois é tudo tão tranqüilo nos sábados pela manhã, nas primeiras lembranças da matina, no frescor de um dia desnudo em si, como se o primeiro fosse o instante (que passa).
Do contrário o dia se finda cansado e a atmosfera das pressões sobre põem-se sobre os ombros dos desafortunados.
Penso melhor quando o dia descansa, quando o sapato não aperta os dedos da frente e a roupa vira trapo de fim de lida.
Há que pensar melhor quando o cinto desaperta, quando o nó desata, e a fome se espanta.
Há que se cansar melhor depois de tudo isso.
E quando se pensar ter fim dado aos pontos da linha, as linhas dão ponto no fim – começo de tudo.
É tarde, e a tarde se espanta ainda cedo.
Mas por enquanto, o presente é a presença constante dos meus atos.
Bem por enquanto...
eliz pessoa
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