Um
sentimento confuso pairou sobre nossos ares democratizados, fazendo com que
parte da população saísse às ruas, vestidos em verde e amarelo, protestando
contra a corrupção e pedindo o impeachement
da Presidente Dilma Rousseff. Acordamos
com a televisão noticiando em intervalos curtíssimos de tempo, o movimento de
quem aderiu à campanha contra o Governo PT, mobilizada por dois fortes motivos,
sendo o primeiro, a não aceitação por parte de quem não votou no PT e ainda tiveram
que “admitir” sua reeleição, e o segundo plano, por conta dos escândalos envolvendo
a Petrobrás e demais partidos políticos veiculados aos roubos milionários.
Neste
dia não somei meu grito a grande massa verde e amarelo típica de Copa do Mundo,
porque nada me faz acreditar que não há manipulações envolvendo todo esse
esquema, inclusive de países fortes do outro ponto mais acima da América. Para
quem foi se manifestar não havia indícios de golpe de Estado, e de fato os
tempos são outros, muito menos aleatórios, mas ainda assim repletos de
manipulações e novos ferramentas tecnológicas e midiáticas.
O
Brasil se dividiu nas eleições de 2014, mas grande parte dele ainda optou por
eleger a Presidenta Petista, os nordestinos foram massacrados, como já era de
costume, xingados de miseráveis, analfabetos, dependentes de bolsas, preguiçosos,
incapazes de trabalhar e outras mazelas. Claramente que história desse povo
mostra até aqui o contrário. O país encontrou um limiar perigoso entre brancos
x negros, ricos x pobres, gente que vive no centro das grandes metrópoles, versos
periferias de todo Brasil, e isso só se deram porque, de certa forma, com ou
sem escândalos sobre roubos os pobres tiveram acesso no Governo PT a bolsas,
tão comuns e utilitárias lá fora, dando acesso as faculdades através projetos
sociais, aquisição da casa própria, nas carteiras assinadas por empregadas, as
cotas para negros e outros cocitas.
Claramente
que o Governo Lula foi corajoso para implantar tais projetos, pois o momento
econômico e político brasileiro favoreceram sua ação imediata. Muita gente
torceu o nariz pra tais mudanças, muita gente que jamais saberá o que “é não ter, e ter que ter pra dá”. Não
menos importante a inteligente e ousadia de um Fernando Henrique Cardoso também
colaborou para esse momento Brasil-Lula. Esses pontos, a meu ver, são de suma
importância para a construção do momento que, em especial as pessoas de menos
acesso viveram nesses últimos tempos de Brasil. Admiro a figura do Lula pela a
capacidade de ampliar esse horizonte para aquela população largada nas periferias
brasileiras, mas os tempos são outros e a sociedade clama por mudanças, isso
também é um fato. Esse é o processo das coisas.
A
Presidente eleita, e até acredito que nenhum outro teria a dureza necessária para
enfrentar esse ano de crise, vive um momento severo neste ano regido por marte,
senhor das guerras e das ebulições.
Muito
se acredita e a oposição existe e se faz necessária em qualquer democracia pra
isso, que se outro candidato houvesse ganhado as eleições, as coisas seriam
diferentes. Particularmente, acredito que a bomba desse momento em que vivemos
estouraria nas mãos de qualquer outro, com ou sem boas intenções de governo.
Em
meio caos as pessoas dividem-se em dois grupos, contra e a favor do governo, se
agridem, se consomem num ódio extremado de opiniões, assumimos a guerra como
algo pessoal, alguns se põem como mais entendidos quanto a História do Brasil,
outros se manifestam como sábios oradores, outros observam atentamente a cada discutido
alheio que dê margem a um contra posição mais precisa. O Brasil fica assim, lá e
cá, a corrupção continuar forte, venenosa, cancerígena e sistemática, assola
pequenos e grandes brasileiros, segue assídua no Senado, na Câmara, aliás,
ambientes mais que propícios a sua edificação. Seguiremos sem Reformas,
continuaremos a espreita de próximos golpes sem face, alguns temendo
amedrontados com a possível volta do comunismo, no medo branco de virarmos um
Cuba dilacerado, cheios de Petróleo, vigiados pelo capital estrangeiro.
Assistiremos
a muitos outros embates e tentaremos cotidianamente nos policiarmos contra a
corrupção... Àquela corrupção nossa de cada dia, disfarçada de espertezas
inocentes e não menos covardes.
Para
alguns o impeachment é o caminho, mas
a corrupção continuará aí, aqui, na esquina espreitando nossas ações
intermitentes.
elizpessoa